O primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, foi hoje absolvido pelo Tribunal de Milão de várias acusações de suborno a magistrados, entre 1986 e 1991, terminando, assim, uma década de disputas legais que ameaçaram a sua liderança à frente do executivo de Roma.

Berlusconi foi acusado de subornar juízes no período referido quando estava a construir o seu império de «media» que incluía a Mediaset, a maior cadeia de televisão privada italiana. Caso o primeiro-ministro fosse considerado culpado o seu cargo poderia ser alvo de pedidos de demissão.

Francesco Castellano, presidente do painel de três juízes, leu hoje a decisão no Tribunal de Milão. Concedendo ao primeiro-ministro «circunstâncias atenuantes» reduziu os limites da acusação forçando uma absolvição.

«Na maior parte [da sentença] estamos satisfeitos», disse Niccolo Ghedini, um advogado de defesa de Berlusconi, aos repórteres acrescentando que «isto termina dez anos de julgamentos inúteis e prova que Berlusconi estava a dizer a verdade».

A decisão poderá ajudar o Berlusconi a conseguir o apoio para as eleições de 2006. O primeiro-ministro italiano negou sempre alguma culpabilidade e acusou os advogados de acusação de serem politicamente parciais.