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BCE tornou-se demasiado poderoso, diz conselheira económica de Berlim
Uma das conselheiras económicas do governo germânico considera que a autoridade monetária é "quase instituição política". Defende que é preciso que se afaste desse caminho.
O Banco Central Europeu (BCE) tornou-se demasiado poderoso, em larga medida pelo papel político que os próprios políticos lhe atribuíram, diz Isabel Schnabel, em entrevista a um jornal alemão, uma das conselheiras económicas do Governo de Angela Merkel.
"O BCE ganhou um enorme poder, apesar de não responder a qualquer controlo parlamentar", comentou Isabel Schnabel a um jornal alemão. Isabel Schnabel é Professora catedrática de Professor de Economia na Universidade Johannes Gutenberg University.
A conselheira do governo alemão admitiu que, além de se tornar tão poderoso, o BCE tornou-se uma "quase instituição política", defendendo que é preciso que o BCE se afaste desse caminho.
Isabel Schnabel pertence ao núcleo de economistas que era conhecido por "Five Wise Men" até ela se juntar ao grupo. Schabel, que se juntou ao grupo em junho de 2014, defendeu o BCE contra as críticas que lhe foram feitas na Alemanha por adotar uma política de taxa de juro muito baixas.
"Taxas de juro baixas tem um efeito imediato na crise financeira", argumentou, observando que o BCE não é a única entidade que influencia as taxas de juro.
Políticos germânicos têm criticado o BCE devido às taxas de juro baixas, dizendo que isso prejudica as poupanças dos cidadãos alemães e dificulta a rentabilidade da banca. "Enquanto o BCE tiver mandato para agir, não serão os políticos a interferir", opinou Schanabel.
Mostrou-se ainda preocupada com as tentativas dos políticos de influenciar e politizar ainda mais o BCE através do alargamento de nomeações com direito de voto no BCE. "Precisamos de um banco central independente", concluiu.