Notícia
BCE mantém taxa de juro inalterada nos 4,75%
O Banco Central Europeu (BCE) manteve hoje a sua principal taxa de juro, ou REFI, inalterada nos 4,75%, continuando a aguardar por sinais de descida das pressões inflacionistas antes de baixar o preço do dinheiro na Zona Euro.
A decisão da autoridade monetária europeia foi de encontro às expectativas dos analistas, com o BCE a ser o único entre os principais bancos centrais mundiais que ainda não baixou as taxas de juro desde o início do corrente ano.
Entre Novembro de 1999 e Outubro do ano passado, o BCE subiu por sete vezes a sua taxa de referência, para os actuais 4,75%, na tentativa de combater as pressões inflacionistas, que eram impulsionadas pelo aumento dos preços dos combustíveis e pela desvalorização do euro nos mercados cambiais.
Em Março, a inflação na Zona Euro situava-se nos 2,6%, acima da metade 2% traçada pelo BCE para este indicador. De acordo com as estimativas da Comissão Europeia, a inflação na zona da moeda única deverá estar nos 2,2% no final de 2001, diminuindo depois para os 1,8% no próximo ano.
Os primeiros indicadores avançados para a evolução da inflação em Abril, recolhidos em alguns estados alemães, apontam para uma subida face ao mês anterior, com os preços a serem impulsionados pelos produtos alimentares alternativos à carne de vaca, em consequência da doença das vacas loucas e do surto de febre aftosa que afectam diversos países europeus.
O BCE tem um objectivo para a inflação, mas não traça metas para o crescimento económico. A Organização das Nações Unidas (ONU), num relatório divulgado esta semana, criticou a política monetária do BCE e sublinhou que aquele organismo deveria adoptar uma política que testasse os limites da taxa de crescimento potencial de longo prazo da Zona Euro.
A Reserva Federal (FED) norte-americana já baixou por quatro vezes a sua principal taxa de juro desde o início deste ano, num total de 200 pontos base, para os actuais 4,5%, fazendo com o que preço do dinheiro nos Estados Unidos (EUA) seja inferior ao da Zona Euro, o que acontece pela primeira vez desde a criação da União Económica e Monetária (UEM).