O Banco Central Europeu (BCE) defende que o actual nível das taxas de juro na Zona Euro é «apropriado» para impedir o aumento das pressões inflacionistas, indiciando que não deverá baixar a sua taxa directora nos próximos tempos, de acordo com o seu Boletim Mensal de Julho.

«A actual orientação da política monetária mantém-se apropriada para assegurar que a estabilidade dos preços será uma realidade na Zona Euro no médio prazo», afirmou a autoridade monetária europeia, no referido documento.

Esta posição indicia que o BCE não deverá baixar as taxas de juro nos próximos tempos, frustrando as expectativas dos analistas, que aguardavam uma redução do preço do dinheiro até ao início do próximo mês de Agosto, para tentar estimular a economia da Zona Euro.

Entre os principais bancos centrais mundiais, o BCE é aquele que menos baixou os juros desde o início deste ano, tendo reduzido a sua taxa directora em 25 pontos base por uma única vez, no dia 10 de Maio, para os actuais 4,5%.

A autoridade monetária da Zona Euro manifestou-se convicta que a taxa de inflação da zona da moeda única irá iniciar uma tendência descendente este ano, devendo situar-se abaixo dos 2% no decorrer de 2002.

No entanto, o BCE sublinhou que irá continuar «atento» a possíveis efeitos secundários dos recentes aumentos dos preços no futuro, alertando para a necessidade de apostar na «moderação salarial» como forma de impedir a subida das pressões inflacionistas no médio prazo.

Em Maio, a inflação da Zona Euro aumentou para os 2,9%, acima da meta de 2% traçada pelo BCE, uma situação que, segundo a instituição liderada por Wim Duisenberg, se deve a «efeitos temporários», mas tem limitado as opções do BCE em termos de política monetária.

A descida dos juros costuma contribuir para o incremento do consumo e do investimento, mas pode também levar ao aumento das pressões inflacionistas, uma situação derivada da subida da procura.