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Barclays: Colapso grego pode custar mil milhões a Portugal

Se a Grécia sair do euro e não pagar rigorosamente nada do que deve aos restantes Estados parceiros, estes terão de acomodar perdas de 290 mil milhões de euros, o que representa 3% do seu PIB conjunto. Alemanha é quem mais perde em termos absolutos. Mas a factura mais pesada recairá sobre Malta, Estónia e Eslováquia, calcula o Barclays.

Barclays: Colapso grego pode custar mil milhões a Portugal
17 de Maio de 2012 às 18:41
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As contas são do Barclays Research e pretendem dar uma noção aproximada do que pode estar em causa em termos de impactos financeiros mais imediatos decorrentes de uma eventual saída da Grécia do euro.

São estimativas que incidem apenas sobre a exposição do sector público dos 16 países do euro que participam nos dois programas de assistência à Grécia.

Têm, por isso, em conta os 126 mil milhões de euros de empréstimos (primeiro bilaterais e depois através do FEEF, o fundo de resgate do euro) efectivamente já concedidos à Grécia, não entrando em linha de conta com os 22 mil milhões desembolsados pelo FMI.

Os cálculos incluem ainda as perdas que seriam incorridas pelo BCE e pelo Eurosistema, devido, por um lado, ao programa de compra de obrigações no mercado secundário (35 mil milhões) e aos desequilíbrios de 130 mil milhões de euros que o Barclays calcula terem sido acumulados pelo banco central grego nas relações com demais bancos centrais ao nível do sistema de pagamentos do euro (o "Target 2").

Feitas as contas, são 291 mil milhões de euros, o equivalente a 3,1% do PIB dos restantes 16 países do euro, que poderão ter de ser assumidos como perda, caso a Grécia saia do euro e declare incumprimento total sobre as suas dívidas.

Alemanha perde 85 mil milhões, 30% do total

Em termos absolutos (ver quadro abaixo), a Alemanha é quem mais perde: 84,5 mil milhões de euros, o equivalente a 3,3% do seu PIB. Segue-se a França (63,3 mil milhões, ou 3,1% do PIB), Itália (55,8 mil milhões, ou 3,5% do PIB) e Espanha (36,9 mil milhões, ou 3,4% do seu Produto).

Mas em termos relativos é Malta que lidera a lista dos mais expostos (“apenas” 300 milhões de euros, mas que representam 4,5% do PIB da pequena ilha), sendo seguida de países mais pobres até do que a Grécia: Estónia (700 milhões, 4,5% do PIB) e Eslováquia 2,6 mil milhões, ou 3,8% do respectivo PIB).

Portugal acaba por ter uma exposição relativamente curta (1,1 mil milhões de euros, o que corresponde a cerca de 0,7% do PIB) porque apenas participou no primeiro empréstimo à Grécia, que foi montado ainda numa base bilateral.

O mesmo sucede com a Irlanda (300 milhões de euros, 0,2% do seu PIB) que passou ainda mais cedo do grupo dos que ajudam para o dos ajudados.

Estes cálculos do Barclays não entram em linha de conta com perdas de bancos e instituições financeiras privadas, que, depois de terem já perdoado cerca de metade da dívida pública grega, terão ainda créditos da ordem dos 150 mil milhões de euros.

O banco admite por seu turno que, no evento de uma saída, a Grécia acabe por se comprometer em ressarcir apenas 20% das suas dívidas e que mesmo o FMI, que exige a devolução na íntegra dos seus créditos, poderá ter de contabilizar perdas com a intervenção grega.




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