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Banco de Portugal diz que retoma não é sustentada

«Os desenvolvimentos recentes da economia portuguesa caracterizam-se pela ausência de uma recuperação sustentada da actividade na sequência da recessão de 2003, em contraste com o verificado em anteriores períodos recessivos», lê-se na introdução do Bolet

18 de Abril de 2006 às 15:11
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«Os desenvolvimentos recentes da economia portuguesa caracterizam-se pela ausência de uma recuperação sustentada da actividade na sequência da recessão de 2003, em contraste com o verificado em anteriores períodos recessivos», lê-se na introdução do Boletim Económico de Primavera do Banco de Portugal, hoje divulgado.

O balanço sobre o momento português é negativo e para tal contribui o fraco desempenho económico em 2005, relativamente ao qual o Banco de Portugal não encontra sinais animadores. Sobre o ano passado, escreve o banco central que «a evolução da economia portuguesa em 2005 foi marcada pelo reduzido crescimento da actividade, a estagnação do emprego e o aumento da taxa de desemprego. Simultaneamente assistiu-se a um aumento do défice estrutural das contas públicas. A situação de 2005 agravou a divergência real face à área do euro».

Como já era conhecido a economia cresceu 0,3% em 2005, puxada por um crescimento dos consumos público e privado. O investimento caiu e a as exportações desaceleraram fortemente e mais que as importações.

Segundo a instituição liderada por Vítor Constâncio, as razões para este mau desempenho são várias. O aumento do preço das matérias primas e da energia e o não ajustamento dos salários reais afectaram negativamente a produção portuguesa e explicam em parte o mau momento.

Mas há outras razões que são já familiares, como por exemplo a incapacidade de não conseguir vingar na luta pelos mercados externos. «Apesar da procura externa ter mantido um ritmo de crescimento significativa em 2005, a deterioração da capacidade competitiva da economia nacional continuou a afectar negativamente as exportações», lê-se no relatório.

Na conclusão o Banco de Portugal elege o aumento de produtividade da economia portuguesa como o factor essencial para que Portugal possa entrar numa trajectória de crescimento sustentado. No longo prazo os economistas do banco defendem a aposta na educação e na formação. Mas, como quanto antes os resultados chegarem melhor, os banco central enuncia o caminho em que aposta no curto prazo: «reformas que permitam a correcção do desequilíbrio estrutural das contas públicas e que conduzam a melhorias ao nível do funcionamento dos mercados, poderão ter efeitos significativos sobre a produtividade e o investimento num horizonte mais curto».

A economia portuguesa

 

 

 

2004

2005

PIB

1,1

0,3

Consumo Privado

2,3

1,8

Consumo Público

1,6

1,9

FBCF

0

-2,6

Exportações

5,3

0,9

Importações

7

1,8

Emprego

0,1

0

Taxa de desemprego (% da população activa)

6,7

7,6

Saldo orçamental (% do PIB)

-3,2

-6

S.O. excluindo medidas temporárias

-5,3

-6

Défice externo em % do PIB

-5,7

-8,1

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