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Banco de Portugal diz que retoma não é sustentada
«Os desenvolvimentos recentes da economia portuguesa caracterizam-se pela ausência de uma recuperação sustentada da actividade na sequência da recessão de 2003, em contraste com o verificado em anteriores períodos recessivos», lê-se na introdução do Bolet
«Os desenvolvimentos recentes da economia portuguesa caracterizam-se pela ausência de uma recuperação sustentada da actividade na sequência da recessão de 2003, em contraste com o verificado em anteriores períodos recessivos», lê-se na introdução do Boletim Económico de Primavera do Banco de Portugal, hoje divulgado.
O balanço sobre o momento português é negativo e para tal contribui o fraco desempenho económico em 2005, relativamente ao qual o Banco de Portugal não encontra sinais animadores. Sobre o ano passado, escreve o banco central que «a evolução da economia portuguesa em 2005 foi marcada pelo reduzido crescimento da actividade, a estagnação do emprego e o aumento da taxa de desemprego. Simultaneamente assistiu-se a um aumento do défice estrutural das contas públicas. A situação de 2005 agravou a divergência real face à área do euro».
Como já era conhecido a economia cresceu 0,3% em 2005, puxada por um crescimento dos consumos público e privado. O investimento caiu e a as exportações desaceleraram fortemente e mais que as importações.
Segundo a instituição liderada por Vítor Constâncio, as razões para este mau desempenho são várias. O aumento do preço das matérias primas e da energia e o não ajustamento dos salários reais afectaram negativamente a produção portuguesa e explicam em parte o mau momento.
Mas há outras razões que são já familiares, como por exemplo a incapacidade de não conseguir vingar na luta pelos mercados externos. «Apesar da procura externa ter mantido um ritmo de crescimento significativa em 2005, a deterioração da capacidade competitiva da economia nacional continuou a afectar negativamente as exportações», lê-se no relatório.
Na conclusão o Banco de Portugal elege o aumento de produtividade da economia portuguesa como o factor essencial para que Portugal possa entrar numa trajectória de crescimento sustentado. No longo prazo os economistas do banco defendem a aposta na educação e na formação. Mas, como quanto antes os resultados chegarem melhor, os banco central enuncia o caminho em que aposta no curto prazo: «reformas que permitam a correcção do desequilíbrio estrutural das contas públicas e que conduzam a melhorias ao nível do funcionamento dos mercados, poderão ter efeitos significativos sobre a produtividade e o investimento num horizonte mais curto».
A economia portuguesa |
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2004 |
2005 |
PIB |
1,1 |
0,3 |
Consumo Privado |
2,3 |
1,8 |
Consumo Público |
1,6 |
1,9 |
FBCF |
0 |
-2,6 |
Exportações |
5,3 |
0,9 |
Importações |
7 |
1,8 |
Emprego |
0,1 |
0 |
Taxa de desemprego (% da população activa) |
6,7 |
7,6 |
Saldo orçamental (% do PIB) |
-3,2 |
-6 |
S.O. excluindo medidas temporárias |
-5,3 |
-6 |
Défice externo em % do PIB |
-5,7 |
-8,1 |