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Atividade empresarial da Zona Euro contrai e empresas já começaram a reduzir pessoal
Apesar de em novembro a queda ter sido menor face aos últimos meses, a atividade económica da Zona Euro continua a contrair devido à queda de encomendas. Pela primeira vez, desde o início de 2021, as empresas estão a reduzir os quadros de pessoal, uma tendência que poderá continuar nos próximos meses. Evolução alimenta receios de uma recessão.
Em novembro, a atividade empresarial na Zona Euro continuou a contrair pelo sexto mês consecutivo devido à queda de novas encomendas. A menor procura e os receios de recessão levaram as empresas a reduzir os quadros de pessoal pela primeira vez desde 2021, ao mesmo tempo que a atividade de compras e de stocks também foram reduzidos.
Em novembro, o PMI (Purchasing Managers' Index) compósito da atividade da Zona Euro do Hamburg Commercial Bank (HCOB), elaborado pela S&P Global, situou-se nos 47,1, uma ligeira melhoria face aos 46,5 registados em outubro. Ainda assim, ficou abaixo da marca dos 50 que separa o crescimento de uma contração.
"A economia da zona euro está atolada . Ao longo dos últimos quatro a cinco meses, os sectores da indústria transformadora e dos serviços têm registado um ritmo de contração relativamente constante", comentou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank. "Considerando os números flash do PMI para novembro, o nosso modelo de previsão atual indica potencial para um segundo trimestre consecutivo de contração do PIB. Isto alinhar-se-ia com o critério comummente aceite para uma recessão técnica", acrescenta.
O responsável alerta ainda que "a fraqueza económica, que inicialmente teve impacto no emprego das empresas da indústria em meados de 2023, está agora prestes a atingir o mercado de trabalho do sector dos serviços". "O crescimento do emprego neste domínio quase estagnou", continuou, sublinhando ainda que esta evolução antecipa "uma tendência descendente continuada para os próximos meses". "Existe a possibilidade de um aumento da taxa de desemprego, que tem demonstrado resiliência até ao momento", referiu.
Quanto a aspetos positivos, destaca a evolução dos novos pedidos. "Embora continuem a contrair-se a um ritmo acelerado, a última descida foi a mais suave em quatro meses. Juntamente com uma melhoria modesta das perspetivas para a atividade industrial nos próximos 12 meses, poderemos encontrar raios de esperança a brilhar no horizonte para o próximo ano", concluiu.
O indicador divulgado pela S&P Global Market Intelligence, uma empresa norte-americana de análise financeira, é feito com base em inquéritos às empresas. E os dados de novembro mostram que a confiança das empresas permaneceu inalterada face ao mês anterior, com as empresas moderadamente otimistas relativamente às perspetivas para a atividade no próximo ano. Porém, o sentimento foi mais fraco do que a média da série. Uma ligeira melhoria na confiança dos fabricantes acabou por ser compensada por uma perspetiva ligeiramente menos otimista no sector dos serviços.