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Armando Guebuza eleito novo presidente de Moçambique

Armando Emílio Guebuza tornou-se no terceiro Presidente de Moçambique, em 30 anos de independência, ao vencer as eleições multipartidárias que ocorreram a 1 e 2 de Dezembro, segundo a agência Lusa.

21 de Dezembro de 2004 às 16:17
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Armando Emílio Guebuza tornou-se no terceiro Presidente de Moçambique, em 30 anos de independência, ao vencer as eleições multipartidárias que ocorreram a 1 e 2 de Dezembro, segundo a agência Lusa.

O novo Presidente sucede a Samora Machel, que proclamou a independência em 1975 e faleceu num desastre aéreo em 1986, e a Joaquim Chissano, no cargo desde 1986, eleito democraticamente a partir de 1994 e que recusou concorrer a um terceiro mandato.

Com a sua eleição, Guebuza quebrou a tradição de os líderes do país serem oriundos da província de Gaza, sul, de onde surgiu a maioria dos dirigentes que estiveram na fundação da FRELIMO, partido no poder desde 1975.

Natural da província de Nampula, norte, o secretário-geral da FRELIMO viveu parte da sua adolescência em Lourenço Marques, actual Maputo, onde iniciou estudos no Centro Associativo dos Negros da Colónia de Moçambique, em Xipamanine, nos subúrbios da capital.

Na década de 60 presidiu ao Núcleo dos Estudantes Secundários Africanos de Moçambique (NESAM), uma organização cívica anti-colonial fundada por Eduardo Mondlane em 1949.

Em 1963, Armando Guebuza aderiu à FRELIMO. Como comissário político e ministro do Interior, já com a FRELIMO no poder, Armando Guebuza deixou o seu nome ligado a medidas polémicas como a deslocação para o campo de cidadãos «improdutivos» e os despachos «24/20», que resultaram na expulsão de estrangeiros, sobretudo portugueses, em 24 horas e com 20 quilos de bagagem, de acordo com a mesma agência.

Já numa situação de guerrilha desencadeada pelos rebeldes da RENAMO em 1976, Guebuza foi vice-ministro da Defesa Nacional até 1983, retomando depois o cargo de ministro do Interior.

Exerceu ainda o cargo de ministro na Presidência e dos Transportes e Comunicações, foi responsável pela coordenação das áreas da Agricultura, Comércio, Indústria Ligeira e Turismo, pela cooperação com a China, Coreia do Norte, Paquistão e Vietname e presidiu ao Comité de Ministros dos Transportes e Comunicações da África Austral.

Em 1990, foi nomeado chefe da delegação do governo às conversações de paz com a RENAMO, em Roma, que culminaram, após dois anos de negociações, com o acordo que pôs termo a uma guerra civil de 16 anos.

A Constituição de Moçambique confere-lhe poderes para constituir um governo e presidir aos conselhos de ministros e é provável que faça um corte com o anterior executivo nomeado por Chissano e liderado pela primeira-ministra Luísa Diogo.

Em entrevista à Lusa, durante a campanha eleitoral, admitiu mudanças na governação mas assegurou que o seu governo não representará um corte com o passado. «Isto é a FRELIMO», justificou, segundo a agência noticiosa.

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