Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Argentina garante empréstimo de 21 mil milhões de dólares

Um grupo de instituições internacionais de crédito, liderado pelo FMI, comprometeu-se ontem à noite a financiar a Argentina com 21 mil milhões de dólares, menos de 24 horas depois do governo do presidente Néstor Kirchner ter decido entrar em ‘default’.

11 de Setembro de 2003 às 12:30
  • ...

Um grupo de instituições internacionais de crédito, liderado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), comprometeu-se ontem à noite a financiar a Argentina com 21 mil milhões de dólares, menos de 24 horas depois do governo do presidente Néstor Kirchner ter decido entrar em ‘default’ e adiar o pagamento de uma tranche de 2, 9 mil milhões de dólares ao Fundo, cujo prazo terminou à meia-noite de terça-feira.

O FMI irá contribuir com novos empréstimos de 12,3 mil milhões de dólares ao longo de três anos, cabendo ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o financiamento restante, anunciou em conferência de imprensa ontem o próprio chefe de Estado argentino. Néstor revelou ainda que a Argentina se comprometeu a pagar ao FMI os 2,9 mil milhões de dólares em falta antes da assinatura formal do acordo, prevista para dia 19 deste mês.

A Argentina estaria sempre obrigada a pagar na modalidade anunciada esta fatia de um empréstimo daquela instituição internacional de crédito, avaliado em cerca de 13,5 mil milhões de dólares, já que o FMI está estatutariamente impedido de conceder quaisquer empréstimos a países em “default” relativamente aos seus próprios créditos.

O financiamento é destinado a acelerar a recuperação económica da Argentina, depois de uma recessão que se arrastou durante quatro anos, e a restabelecer a confiança dos investidores, dos quais muitos abandonaram o país depois do incumprimento de pagamentos dos juros de obrigações no montante de cerca de 95 mil milhões de dólares, que marcou o início da crise da Argentina em finais de 2001.

No fecho das negociações ontem, a Argentina compromete-se a aumentar o excedente orçamental primário, que exclui o serviço da dívida, em 3% do Produto Interno Bruto em 2004, depois de 2,5% este ano. Não foram fixadas metas de crescimento para 2005 e 2006, como queria o governo de Buenos Aires.

O director-executivo do Fundo, Horst Köhler, afirmou em comunicado divulgado em Washington que iria recomendar à administração do FMI a aprovação do acordo, “assim que os atrasos dos pagamentos da Argentina ao Fundo estiverem resolvidos”. O mesmo responsável disse que espera a aprovação do acordo na próxima semana. “É com satisfação que dou as felicitações ao presidente Kirchner pelo programa económico da Argentina, que tem como objectivo restabelecer o forte crescimento e reduzir a pobreza”, disse Köhler.

Ver comentários
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio