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Argentina garante empréstimo de 21 mil milhões de dólares
Um grupo de instituições internacionais de crédito, liderado pelo FMI, comprometeu-se ontem à noite a financiar a Argentina com 21 mil milhões de dólares, menos de 24 horas depois do governo do presidente Néstor Kirchner ter decido entrar em ‘default’.
Um grupo de instituições internacionais de crédito, liderado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), comprometeu-se ontem à noite a financiar a Argentina com 21 mil milhões de dólares, menos de 24 horas depois do governo do presidente Néstor Kirchner ter decido entrar em ‘default’ e adiar o pagamento de uma tranche de 2, 9 mil milhões de dólares ao Fundo, cujo prazo terminou à meia-noite de terça-feira.
O FMI irá contribuir com novos empréstimos de 12,3 mil milhões de dólares ao longo de três anos, cabendo ao Banco Mundial e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o financiamento restante, anunciou em conferência de imprensa ontem o próprio chefe de Estado argentino. Néstor revelou ainda que a Argentina se comprometeu a pagar ao FMI os 2,9 mil milhões de dólares em falta antes da assinatura formal do acordo, prevista para dia 19 deste mês.
A Argentina estaria sempre obrigada a pagar na modalidade anunciada esta fatia de um empréstimo daquela instituição internacional de crédito, avaliado em cerca de 13,5 mil milhões de dólares, já que o FMI está estatutariamente impedido de conceder quaisquer empréstimos a países em “default” relativamente aos seus próprios créditos.
O financiamento é destinado a acelerar a recuperação económica da Argentina, depois de uma recessão que se arrastou durante quatro anos, e a restabelecer a confiança dos investidores, dos quais muitos abandonaram o país depois do incumprimento de pagamentos dos juros de obrigações no montante de cerca de 95 mil milhões de dólares, que marcou o início da crise da Argentina em finais de 2001.
No fecho das negociações ontem, a Argentina compromete-se a aumentar o excedente orçamental primário, que exclui o serviço da dívida, em 3% do Produto Interno Bruto em 2004, depois de 2,5% este ano. Não foram fixadas metas de crescimento para 2005 e 2006, como queria o governo de Buenos Aires.
O director-executivo do Fundo, Horst Köhler, afirmou em comunicado divulgado em Washington que iria recomendar à administração do FMI a aprovação do acordo, “assim que os atrasos dos pagamentos da Argentina ao Fundo estiverem resolvidos”. O mesmo responsável disse que espera a aprovação do acordo na próxima semana. “É com satisfação que dou as felicitações ao presidente Kirchner pelo programa económico da Argentina, que tem como objectivo restabelecer o forte crescimento e reduzir a pobreza”, disse Köhler.