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APS diz Estados devem assumir parte dos seguros contra actos terroristas

A APS defende que os Estados devem assumir parte dos riscos inerentes aos seguros que cobrem possíveis actos terroristas, devido à incapacidade das seguradoras para arcarem com a totalidade dos mesmos, disse hoje António Reis, presidente da APS.

18 de Outubro de 2001 às 12:31
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A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) defende que os Estados devem assumir parte dos riscos inerentes aos seguros que cobrem possíveis actos terroristas, devido à incapacidade das seguradoras para arcarem com a totalidade dos mesmos, disse hoje António Reis, presidente da APS.

«As seguradoras têm que limitar a sua intervenção em situações de risco deste tipo» e nesta situação «é óbvio que as seguradoras podem assumir parte do risco, mas tem de haver uma assunção da sociedade, ou seja do Estado, de outra parte», disse António Reis ao Negocios.pt, à margem da «Jornada 2001 de Transportes», organizada pela Bonança, do Grupo Banco Comercial Português (BCP) [BCP].

O mesmo responsável considerou que «a capacidade da actividade seguradora é limitada e quando se admite que os riscos possam ser muito superiores a essa capacidade, as empresas do sector correm o risco de entrar em insolvência».

«Os Governos têm de assumir parte deste risco (atentados), porque é um risco que não é segurável», acrescentou o presidente da APS.

António Reis preferiu não adiantar até que percentagem os riscos poderiam ser assumidos pelos Estados, uma vez que «as seguradoras internacionais ainda estão a avaliar» a situação actual e «só depois desta reflexão é que poderemos ter uma ideia de qual será a capacidade do mercado de seguros para fazer face a esses acontecimentos».

APS quer reunir seguradoras para discutir novo modelo

Em Portugal, «vamos fazer um debate» sobre a implementação de uma solução deste tipo, adiantou António Reis, estando prevista a realização de um seminário no início de Novembro, dependendo da disponibilidade das seguradoras nacionais, «para virem expor a sua situação».

«Há muitos seguradores que estão ainda numa fase de indefinição e, portanto, preferem não assumir posições para já», explicou o mesmo responsável.

«Neste momento já há abertura do Governo» para debater a situação, considerou ainda António Reis, dando o exemplo da TAP Air Portugal, em que o Estado está a cobrir parte dos prémios de seguros e referindo que «a abertura existe, não sabemos ainda é em que termos».

No decorrer da conferência, o presidente da APS defendeu que «é preciso rever toda a situação existente» no sector da aviação, devido aos efeitos directos dos atentados de 11 de Setembro contra os Estados Unidos (EUA), mas considerou que «a solução encontrada não é demasiado penalizadora para as companhias aéreas».

Após os ataques de 11 de Setembro, os prémios de seguros por passageiro transportado sofreram um agravamento na ordem dos 1,25 dólares (1,38 euros ou 277 escudos), com os equipamentos e as infra-estruturas a não estarem a coberto deste montante.

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