Notícia
Anulações de desempregados caem 22% e são cada vez mais contestadas
Os centros de emprego anularam no primeiro semestre deste ano 4.643 pessoas por incumprimento dos deveres relacionados com o subsídio de desemprego. Apesar disso, a proporção de pessoas que reclamaram para a Comissão de Recursos está a crescer.

No primeiro semestre do ano, o número de anulações caiu 22% em termos homólogos, para 4.643, situando-se ainda assim acima do valor registado no mesmo período de 2010.
O número de recursos recebidos também caiu (16%), mas não tanto como o número de anulações. O que significa que a percentagem de anulações que foram objecto de recurso subiu. As 692 queixas que chegaram à Comissão fizeram aumentar a taxa de recursos para 15%, o que compara com os 14% registados em 2011 e com os 9% registados em 2010.
29% das decisões são favoráveis
Os dados também revelam que numa primeira fase a Comissão de Recursos deu razão a 29% dos recorrentes, corrigindo os erros dos centros de emprego. Esta percentagem tem em conta os deferimentos mas também a intervenção directa da Comissão junto dos centros de emprego, no sentido da alteração de decisões tomadas.
"Esta percentagem sobe relativamente ao período homólogo por via de um maior recurso à intervenção por parte do Provedor dos CTT, reconhecendo a razão de alguns recorrentes nas queixas feitas quanto ao serviço de distribuição postal", pode ler-se no relatório.
A percentagem de recursos sem decisão ascende já a 31% e "corresponde, na sua maioria, a processos que aguardam pronúncia por parte dos centros de emprego respectivo, situação que nos preocupa por se registarem bastantes demoras".
Nesta primeira fase, o recurso é decidido pelo vice-coordenador regional. Se a decisão for desfavorável, o visado pode ainda recorrer à Comissão Nacional.
Nesta segunda fase, foram recebidos 82 processos. Destes, 36% foram favoráveis ao queixoso.
Recursos humanos não são suficientes
A vice-coordenação de Lisboa e Vale do Tejo funciona há um ano com apenas uma titular e um apoio administrativo que, diz o relatório, é "insuficiente" para o movimento registado.
"Esta situação agravou-se este ano, com a licença por maternidade da vice-coordenadora, a partir de final de Março", pode ler-se no relatírio.
A sua substituição foi assegurada pelo vice-coordenador do Alentejo.