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António Costa pede solução "urgente" para crise dos preços do leite
O secretário-geral do Partido Socialista, António Costa, disse hoje que o Governo não tem sabido defender os interesses nacionais em diversas frentes e considerou "urgente encontrar uma resposta" para a crise do preço do leite.
António Costa, que está nos Açores, disse aos jornalistas que o Governo, "infelizmente", não deu "a devida atenção" à situação do sector do leite, que enfrenta uma crise de preços associada ao embargo russo aos lacticínios europeus e ao fim das quotas de produção, em Abril passado.
"Os produtores de leite estão numa situação difícil. Queria expressar-lhes a minha solidariedade, mas também o meu sentido de incompreensão por este Governo que, nas diferentes frentes das relações internacionais se tem mostrado sempre um Governo que não está à altura da auto-estima e da defesa dos interesses nacionais", afirmou.
António Costa considerou que o executivo "esteve de cócoras perante a 'troika', foi desleixado no tratamento da questão da base das Lajes, distraiu-se na questão da quota da sardinha" e também nesta "crise leiteira não esteve à altura daquilo que devia estar".
"É urgente encontrar uma resposta ao nível da União Europeia para aquilo que é a crise do leite de forma a procurar não só encontrar bons mecanismos de escoamento da produção como para apoiar o rendimento dos produtores que estão a ser seriamente afectados", acrescentou, sublinhando que este é um sector "muito importante" da agricultura nacional e, em especial, nos Açores, região que produção 30% do leite nacional.
O líder do PS disse que para vencer "a batalha do crescimento", o país tem de "valorizar" os recursos que tem e "toda a fileira da agricultura", sendo um sector ao qual é preciso dar "a maior atenção".
"Agora, é um sector muito exposto à concorrência externa" e é necessário haver "uma negociação muito forte" em Bruxelas e um Governo "que se bata efectivamente na defesa dos interesses nacionais", acrescentou, prometendo que "um Governo do PS será um campeão do patriotismo em Bruxelas na defesa dos interesses nacionais".
António Costa considerou que a última reforma da Política Agrícola Comum (PAC) contém "medidas importantes" para a protecção da agricultura nacional "mas que importa agora saber aproveitar" através de um Governo "que afirme a força do país" no quadro da Europa.
O líder socialista está desde manhã na ilha de São Miguel com uma agenda totalmente dedicada à agricultura e acompanhado, entre outros, pelo ex-ministro da Agricultura e actual candidato a deputado Capoulas Santos, pelo presidente do PS e candidato pelo círculo dos Açores nas legislativas deste ano, Carlos César, e pelo presidente do Governo dos Açores e do PS/Açores, Vasco Cordeiro.
António Costa, que falava os jornalistas numa das fábricas de chá que existem no concelho da Ribeira Grande e são as únicas da Europa, defendeu, por outro lado, um novo relacionamento entre a República e as regiões autónomas, que "são uma oportunidade e uma vantagem para o país".
O líder do PS destacou, entre outras coisas, o potencial que as regiões autónomas têm para reforçar a projecção externa de Portugal ou os recursos próprios que têm e que é preciso valorizar e saber aproveitar.