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António Costa quer economia a "pedalar" para não parar e cair
O primeiro-ministro, António Costa, destacou hoje as "boas notícias" relacionadas com a economia portuguesa, mas alertou para que, tal como numa bicicleta, o país tem de "continuar a pedalar" para não parar e cair.
"As boas notícias devem ser vistas como quando andamos de bicicleta. Se não pedalamos, a bicicleta para e, se não pusermos os pés no chão, caímos com a bicicleta. Para termos a bicicleta a andar, temos de continuar a pedalar e, para isso, o investimento é absolutamente crítico", afirmou.
O chefe do Governo assinalou que Portugal tem tido "boas notícias do ponto de vista da economia", destacando o aumento do investimento, que se traduziu na diminuição do desemprego, no aumento das exportações e no nível de confiança dos consumidores que o país "não tinha desde o ano 2000".
António Costa discursava no encerramento da sessão de lançamento do Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego (SI2E), que decorreu no auditório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, em Évora.
O líder do Governo socialista referiu que Portugal "recuou 30 anos em termos de investimento" no período do anterior Governo PSD/CDS-PP, entre 2011 e 2015, considerando que "há muito a recuperar" nesta área.
O primeiro-ministro defendeu que as "bases essenciais" para Portugal ter mais investimento passam por dar prioridade à execução dos fundos comunitários, estabilizar o sistema financeiro e capitalizar as empresas.
Nesse sentido, revelou que o programa Portugal 2020 já fez chegar às empresas, até final de Fevereiro, 617 milhões de euros e que o objectivo é atingir os mil milhões até final deste ano.
O chefe do Governo adiantou que o executivo quer igualmente "acelerar o investimento" das câmaras municipais, indicando que "o conjunto de avisos já abertos para candidaturas dirigidas a autarquias locais orçam 2.700 milhões de euros".
"Este mês, o Conselho de Ministros porá em discussão pública o próximo passo do programa Capitalizar", anunciou, apontando como "essencial" a criação de condições "para que as empresas tenham mais capitais próprios e outras formas de financiamento para além do recurso ao crédito".
Na sua intervenção, o primeiro-ministro defendeu ainda que Portugal deve começar já a pensar no período "pós-Portugal 2020", realçando que o país não pode esperar que os regulamentos do próximo programa sejam aprovados para depois ver o que é que quer de fazer.
O SI2E, com uma dotação orçamental de 320 milhões de euros, destina-se a apoiar projectos de investimento inferiores a 235.000 euros de micro e pequenas empresas, orientados para a criação de emprego e que sejam portadores de valor acrescentado para os territórios onde se desenvolvam.