A ANEOP – Associação Nacional dos Empreiteiros de Obras Públicas considera quem o sector da construção em Portugal irá registar uma quebra de 5,9% durante o presente ano.

Na habitual síntese de conjunta mensal do sector, a ANEOP sublinha que «não acredita muito que este novo ano represente um ano de forte recuperação do investimento público e, em consequência, dos níveis de actividade no segmento das obras públicas, já que no Orçamento do Estado para 2004 se perspectiva um decréscimo nominal de 16,4% no investimento a realizar em projectos relacionados com obras públicas».

Esta perspectiva da ANEOP é muito mais pessimista que as previsões do Outono de 2003 efectuadas pela Comissão Europeia para o investimento (FBCF – Formação Bruta do Capital Fixo) no sector da construção no nosso país durante o presente ano, que aponta para um crescimento de 0,7% face ao registado em 2003.

As adjudicações de obras públicas durante o ano passado foram inferiores em 14,6%, em termos de valor, face ao que ocorreu em 2002. O Estado foi o principal responsável por esta situação, uma vez que as obras por si adjudicadas registaram um queda de 35,2%.

Mesmo encontrando-se no ciclo de pré-eleições autárquicas, agendadas para 2005, os municípios também protagonizaram uma descida de 14,4% em valor de obras adjudicadas em 2003, em comparação com o ano precedente.

Também no capítulo das promoções de obras, o cenário não mais favorável, registando-se um decréscimo de 7,6% face a 2002.

Para a ANEOP, este comportamento «é tanto mais grave quanto em 2002 o valor licitado já tinha ficado 28,6% abaixo do apurado em 2001, o que significa que, em dois anos consecutivos, as intenções de investimento público ficaram ‘na gaveta’».