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Analistas destacam tendência mista nos resultados do BES e foco na desalavancagem

Do lado positivo, o Caixa BI menciona a margem financeira e as receitas com comissões. Pela negativa, são sublinhadas algumas tendências do balanço. Já o Millennium IB frisa o foco da gestão do banco no processo de desalavancagem.

02 de Agosto de 2011 às 11:24
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O BES anunciou ontem, depois do fecho da sessão, que sofreu uma queda de 44,7% dos lucros no primeiro semestre deste ano, para os 156 milhões de euros. Os reforço das provisões foi determinante para a queda dos lucros.

O Caixa BI projectava um resultado líquido, consolidado, de 161 milhões de euros. O analista André Rodrigues destaca que os resultados anunciados foram influenciados por vários itens não recorrentes, como é o caso da venda da participação no Bradesco, os dividendos da EDP e PT e as perdas associadas ao programa de desalavancagem, como a venda de partes das carteiras de crédito.

Neste período, o banco já obteve mais lucros no exterior do que na actividade em Portugal. Os lucros das unidades internacionais desceram 13,1% para 83,5 milhões de euros, um valor que é superior ao doméstico. Em Portugal, os lucros caíram 61% para 72,5 milhões de euros.

O desempenho “positivo da actividade doméstica” é também um aspecto sublinhado pelo Caixa BI.

Por outro lado, a margem financeira totalizou os 542,8 milhões de euros, um valor quase em linha com os 546,3 milhões de euros em igual período do ano passado, registando uma evolução estável também em base trimestral, “o que denota resiliência na actual conjuntura”.

“Entendemos que os resultados apresentam uma dinâmica mista, com uma resiliência evidente ao nível da margem financeira e uma dinâmica bastante positiva das receitas com comissões, que permitiu um aumento de cerca de 1% no produto bancário ‘core’ do banco”, ressalva André Rodrigues.

De forma negativa, “foram notórias (tal como no final do primeiro trimestre de 2011) algumas dinâmicas menos encorajadoras ao nível do balanço”.

Já António Seladas e Rita Silva, analistas do Millennium IB, sublinham os “dados melhores do que as nossas estimativas, no geral”. Contudo, estes números foram “quase ofuscados pelas imparidades e provisões de crédito mais elevadas”.

Relativamente à margem financeira, que continua estável há cerca de três trimestres, com o mercado doméstico a comportar-se “muito melhor” do que as suas previsões e melhor do que nos dois trimestres precedentes.

Os mesmos especialistas frisam que, no âmbito do processo de desalavancagem e do cumprimento dos requisitos acordados com a troika, “a gestão está inequivocamente focada e sabe exactamente como lidar com esta turbulência”.

O Caixa BI confere uma recomendação de “comprar” e um preço-alvo de 4,00 euros às acções do banco liderado por Ricardo Salgado. Já o Millennium IB atribui-lhe uma avaliação de 3,60 euros e um “rating” de “comprar”.

As acções do banco seguem a depreciar 0,41% para os 2,541 euros.

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