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Alta velocidade Lisboa/Porto entra na capital pelo sul
A linha Lisboa/Porto vai ser totalmente construída de raiz para alta velocidade e as entradas e saídas de Lisboa serão feitas pela Margem Sul, através da terceira travessia do Tejo, que ligará Chelas ao Barreiro, apurou o «Diário de Notícias» junto de fon
A linha Lisboa/Porto vai ser totalmente construída de raiz para alta velocidade e as entradas e saídas de Lisboa serão feitas pela Margem Sul, através da terceira travessia do Tejo, que ligará Chelas ao Barreiro, apurou o «Diário de Notícias» junto de fonte do Ministério das Obras Públicas e Transportes.
As conclusões da Comissão de Reavaliação do projecto de alta velocidade, nomeada por Mário Lino, apontam para que o comboio ao chegar ao Carregado passe para a Margem Sul através de um viaduto, uma obra que não vai sobrecarregar o investimento, passando "ao largo da zona das lezírias".
A entrada em Lisboa será feita com recurso à ponte ferroviária que será construída entre Chelas e o Barreiro. Esta solução é hoje discutida entre o Governo, a Comissão de Reavaliação e várias entidades que Mário Lino convidou com o objectivo de ouvir outras opiniões.
A solução de entrar em Lisboa pela Margem Sul do Tejo resolve os problemas que se colocavam ao projecto defendido por António Mexia, ex-ministro das Obras Públicas, em que a futura rede de alta velocidade entroncava na actual Linha do Norte a partir do Carregado, com recurso a intercambiadores.
Esta solução tinha por objectivo poupar cerca de quatro mil milhões de euros em complexas obras de arte nos 37 km de rede até à Gare do Oriente. As entradas e saídas do Porto seriam feitas também com recurso aos intercambiadores, bem como o percurso entre a Mealhada e Aveiro.
O actual ministro das Obras Públicas e a equipa que lidera tem um entendimento diferente da concepção que deve presidir ao projecto de alta velocidade. Ou seja, deve ter-se uma visão de longo prazo e preparar a rede para a alta velocidade em toda a sua extensão.
As datas fixadas na Cimeira da Figueira da Foz para o arranque das obras e a entrada em circulação dos comboios será "cumprida", disse a mesma fonte, realçando que "não estão a ser feitos novos estudos" mas sim "ajustamentos ao projecto". Assim, Lisboa/Porto deverá entrar em funcionamento em 2014.
O aproveitamento de alguns troços da Linha do Norte permitia a antecipação da entrada em funcionamento para 2012. A construção de uma linha integralmente em alta velocidade libertará a Linha do Norte, que ficará vocacionada para os serviços inter-regionais, regionais e de mercadorias.
A solução apresentada por António Mexia, no dia 18 de Janeiro, não foi bem recebida pelo sector ferroviário, apesar de ter ficado expresso que não era a solução definitiva, mas a que melhor servia o País no imediato, permitindo economias consideráveis - menos 1,6 mil milhões que o projecto inicial. No global, a solução defendida pelo ex--ministro envolvia um investimento de 3,8 milhões entre Lisboa e o Porto.
O aproveitamento da Gare do Oriente para o início e término dos comboios continua válido na proposta que o actual Governo tem em cima da mesa. Contudo, diz a mesma fonte, "terão de ser feitos alguns reajustamentos".