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Alemanha diz que receios do BCE sobre a Grécia são infundados

Deputado do partido de Angela Merkel garantiu que quem tem obrigações da Grécia deve aceitar o prolongamento das maturidades. O ministro das Finanças, Wolfgang Schaueble, reiterou a ideia de que o envolvimento dos privados só acontecerá depois de 2013.

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O deputado alemão do partido de Angela Merkel, Michael Meister,
afirmou hoje que se devem aceitar prolongamentos dos prazos das dívidas gregas, contrariando a opinião do Banco Central Europeu (BCE), que tinha alertado para a possibilidade de efeito dominó com esta operação.

O membro do Parlamento germânico assegurou que os medos do Banco Central Europeu relativamente a um efeito de contágio a outros países em apuros, caso a Grécia proceda à extensão dos prazos de vencimento dos títulos de dívida, são infundados. Christian Noyer, governador do Banco da França, defendeu esta semana que essa extensão seria "equivalente ao incumprimento".

Os detentores de obrigações da Grécia devem aceitar um prolongamento das maturidades destes títulos, caso a Grécia adopte uma política mais agressiva no que diz respeito ao combate ao défice orçamental, defendeu o deputado alemão, segundo a Bloomberg.

“Se a Grécia tomar medidas que mostrem aos mercados de capital que algo está a ser feito para retirar o risco dos mercados e dos credores, então não estamos a falar de medidas coercivas que afectam os credores. Estamos a falar de contribuições conjuntas para retirar algum do risco do mercado”, afirmou o porta-voz parlamentar da política financeira do Partido Democrata Cristão (força liderada por Angela Merkel), Michael Meister, citado pela agência de informação.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaueble, também voltou hoje a dizer que a crise da dívida europeia não será resolvida sem o envolvimento dos credores. No entanto, esse facto só será possível em 2013, quando o novo Mecanismo Europeu de Estabilização (MEE) for implementado.

Nicolas Sarkozy também garantiu o apoio à participação dos credores privados no custo com problemas da dívida. Disse que se uma reestruturação significa “possíveis formas de o sector privado e de operadores privados partilharem o encargo" não há "nenhum problema". E assegurou que se deve "convergir nessa direcção”.

Muitos economistas têm apontado para a necessidade de a Grécia ter de proceder a uma reestruturação da dívida, mesmo que "ligeira". O próprio Jean-Claude Juncker, líder do Eurogrupo, já referiu a possibilidade de se fazer um reperfilamento, que consiste na extensão das maturidades das obrigações.

Os helénicos não querem fazer esse tipo de operações e o governador do Banco da Grécia, George Provopoulos, disse já hoje que não é necessário realizá-las, desde que a nação adopte o plano que está a ser discutido.

Neste momento, a Grécia está a debater medidas mais duras para a consolidação orçamental, que poderão passar por um plano de privatizações cujo objectivo é alcançar 50 mil milhões de euros. Neste aspecto, o porta-voz Meister disse que a Alemanha poderia aconselhar sobre formas de conseguir obter retornos justos e rápidos na venda de activos, referindo a experiência germânica na altura da reunificação.
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