Notícia
AICEP tenta atrair quatro mil milhões em novos projectos para Portugal
Basílio Horta, presidente da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), identificou 4 mil milhões de euros de intenções de investimento para atrair para Portugal ao longo deste ano.
08 de Janeiro de 2009 às 00:02
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"As intenções de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) que identificámos totalizam cerca de quatro mil milhões de euros" disse à margem do Fórum de Embaixadores, em Lisboa, lembrando, porém, que tais intenções poderão não se concretizar por inteiro.
Prioridade para extra-UE
Sobre as previsões do Banco de Portugal (BdP) para o comportamento das exportações durante 2009, Basílio Horta não teceu grandes comentários, mostrando mesmo algumas dúvidas quanto aos valores.
"Cá estaremos no final do ano para ver se caíram 3,6% ou não", chegou a afirmar, questionando depois "quanto é que o BdP previa para as exportações entre Janeiro e Outubro de 2008?", pois, e segundo as previsões de ontem da AICEP, estas deverão ter crescido 3,3% face ao mesmo período de 2007.
Mas a agência reconhece que o período não será fácil. "Portugal não é uma ilha, se as exportações continuassem a crescer como estavam há um ano seria um milagre e tínhamos todos que ir de joelhos a Fátima", ironizou. Mais internacionalização e a aposta noutros mercados que não a União Europeia (UE) são as receitas para atenuar a crise, segundo Basílio Horta.
"Temos que recuperar quota nos Estados Unidos. Angola é um mercado fundamental, onde continuamos a crescer. Singapura também tem mostrado um crescimento acentuado, tal como a Malásia, os mercados do Magreb, a Líbia e o Brasil, que é muito importante", sintetizou em termos de novos "alvos" além de "Espanha, Alemanha, França".
Segundo as estimativas da AICEP para Janeiro-Outubro de 2008, as exportações portuguesas para fora da UE cresceram 15,5% face ao ano anterior, variação que só não foi maior por causa da quebra a rondar os 20% que as exportações para os Estados Unidos sofreram. "É isto [crescimento das vendas para fora da UE] que está a sustentar a nossa situação económica em larga medida", comentou o líder da AICEP. Já as exportações intra-UE recuaram 0,4% no mesmo período.
AICEP reorganiza presenças
Basílio Horta avançou ontem que vai readaptar os recursos da agência aos novos tempos e aos novos mercados. "Iremos diminuir a presença em alguns países, de forma a conseguirmos abrir novos escritórios e centros noutros".
Turquia, Ucrânia, Venezuela, Japão, Malásia e Vietname serão os mercados que a AICEP irá começar a estudar com mais atenção e cuidado, contando mesmo abrir um centro de negócios em Istambul até Março. Quanto aos mercados onde a presença será reduzida, Basílio Horta não quis divulgar. Um outro passo nesta reorganização deverá ser dado em Angola, que o líder da AICEP visitará aquando da tomada de posse - por agendar - de Aguinaldo Jaime na presidência da Agência Nacional de Investimento Privado.