Notícia
A semana das pressões
Pressão sobre a Grécia, pressão no Facebook, pressão no défice e alegadas pressões de um ministro sobre um jornal. Viagem do que marcou a semana das pressões, através das notícias mais lidas no Negócios.
25 de Maio de 2012 às 01:12
Relvas vs Público
Relvas esteve esta semana no centro da actualidade em Portugal, com um caso que começou na sexta-feira da semana passada e promete fazer correr ainda muita tinta. O ministro-adjunto começou por pedir desculpas ao Público, mas repudiou as acusações de pressões ou ameaças sobre a jornalista e o diário, tendo inclusive teorizado sobre a qualidade do jornalismo do Público. Seguro pediu explicações, Cavaco não comentou, Marcelo tem dúvidas, Santana apoia o PSD, que quer aguardar pelos esclarecimentos de Relvas à ERC.
E Relvas só falou depois de ser ouvido na ERC, tendo reiterado que não fez pressões nem ameaças. Afirmou mesmo que se sentiu pressionado neste caso, por lhe terem sido dados apenas 32 minutos para responder às questões da jornalista. A directora do jornal reiterou as acusações de pressão inaceitável por parte do ministro e o Público hoje contou toda a história do caso, revelando que Relvas ameaçou divulgar na Internet que a jornalista do Público vive com um homem de um partido da oposição. A pressão sobre Relvas durou até ao final da semana, com o seu adjunto a demitir-se por ter trocado SMS com o ex-espião Silva Carvalho.
Um outro caso que marcou a semana também teve início na última sexta-feira, com o Sol a revelar que as autoridades tinham detectado o maior caso de lavagem de dinheiro em Portugal. Um caso que originou várias detenções, numa investigação que envolve banqueiros, gestores e políticos.
Ainda o Facebook, Sempre a Grécia
Sexta-feira foi também o tão aguardado dia de estreia do Facebook em bolsa. Se na primeira sessão foi a desilusão que saltou à vista, nas seguintes a pressão sobre as acções continuou, gerando uma perda acumulada de 17 mil milhões de dólares. Este cenário provocou a fúria dos investidores, que querem agora avançar com processos contra Zuckerberg, contra os bancos que sustentaram a operação, mas também contra o Nasdaq. O Morgan Stanley é apontado como o principal responsável pelo fracasso do IPO, que correu mal ao português que investiu um milhão no Facebook .
Pressão é coisa a que a Grécia está já habituada. Mas foi o que voltou a acontecer esta semana, marcada pelo Conselho Europeu informal, que decidiu encomendar um plano para criar um governo económico. No país da Acrópole, o antigo primeiro-ministro já admite a saída da Zona Euro, o líder da Coligação de Esquerda Radical surge mais destacado nas sondagens e assegura que quer salvar o euro. Certo é que a saída da Grécia do euro é um cenário cada vez mais provável, e até recomendado por Nouriel Roubini e proposto pelo Deutsche Bank.
O pior da crise, as estátuas e a música
Em Portugal, a pressão está nas contas públicas. Na semana em que a troika voltou a aterrar em Lisboa, a DGO revelou que o défice do Estado subiu para 3 mil milhões de euros até Abril, devido à queda das receitas fiscais e à pressão da austeridade nos gastos das famílias. O Governo diz que os números estão em linha com os "objectivos fixados" e a troika desvaloriza a pressão no défice, por acreditar que Portugal está a ultrapassar a "pior" fase da crise.
Previsão menos optimista é a do Citigroup, que já fala em terceiro pacote de ajuda a Portugal quando não houve sequer um segundo resgate. Mais realista é Jorge Coelho, que conclui que não há dúvidas que quem manda em Portugal é mesmo a troika. No Hora H do Negócios, o presidente da Mota Engil falou ainda de cargos públicos, Cavaco e Portas, construção e até de estátuas.
Para descomprimir de tanta pressão, uma visita ao Rock In Rio poderá ser uma boa opção. Até porque, como diz Roberta Medina, o Rock In Rio acelera contra a crise, como pode constatar no video da entrevista em baixo. Também para aliviar da pressão, veja e ouça o resumo do Hora H, com Jorge Coelho, que também lhe deixamos neste espaço.