Notícia
A Grécia pode sair do euro? Quanto é que isso pode custar?
As dúvidas e as incertezas no Velho Continente continuam a ser muitas. Há quem tente contabilizar os custos que uma eventual saída da Grécia teria nos congéneres. E se o próprio euro acabar, na sua forma actual?
A “nuvem negra” continua a pairar sobre a União Europeia: a saída da Grécia do euro é uma possibilidade falada pelas autoridades europeias. Mas e se a nuvem rebentar, quais serão os prejuízos?
Já há números mas as incertezas continuam a ser muitas.
“Não há dúvidas de será dispendioso o momento em que o euro se desmembrar”, indica Douglas McWilliams, numa nota de “research” para o Centre for Economic and Business Research intitulada “O fim do euro na sua forma actual é certa”.
Para McWilliams, as “consequências económicas dependem do momento e da forma em que o euro se desmembrar”. Se o desmembramento da união monetária acontecer de modo controlado, o custo será de 2% do Produto Interno Bruto da região, ou seja, 300 mil milhões de dólares (235,8 mil milhões de euros).
Se for uma quebra feita de forma não planeada – que parece “cada vez mais provável”, para o economista –, o custo poderá ascender a 1 bilião de dólares (785,8 mil milhões de euros), o equivalente a 5% do PIB da Zona Euro, refere McWilliams.
“A escolha é, neste momento, entre um período de austeridade seguido pelo impacto do fim do euro e alguma eventual recuperação ou enfrentar, antecipadamente, o trauma do fim do euro e, então, começar a recuperar”, considera o economista.
Grécia e Alemanha com encargos superiores a 100 mil milhões de euros
Mas o euro pode permanecer e há estimativas para o que acontecerá se só a Grécia deixar a união monetária. A equipa da francesa IESEG School of Management estudou os custos directos sobre a França e sobre a Alemanha, caso o país abandone o euro, assumindo uma desvalorização de 50% do dracma face ao euro.
Entre outros encargos, as duas maiores economias do euro teriam de enfrentar a desvalorização de títulos do Banco da Grécia que detêm ou os empréstimos dos programas de ajuda a Atenas. A França poderia ter de enfrentar um prejuízo de 66,4 mil milhões de euros, as perdas da Alemanha iriam ascender a 89,8 mil milhões de euros.
O Banco Central Europeu (BCE) pode ser a solução, após a saída da Grécia – que levaria, possivelmente, ao incumprimento do país? “Os prejuízos devido a um incumprimento [da Grécia] seriam, provavelmente, elevados o suficiente para eliminar o capital do BCE”, declarou à agência Reuters Andrew Bosomworth, da Pimco, a maior gestora de fundos de obrigações do mundo. O BCE tem em carteira obrigações da Grécia, por exemplo, com base no seu programa de compra de dívida no mercado secundário.
“Eles [BCE] podem precisar de recapitalização por parte dos Estados, que não estão, exactamente, na melhor forma para proporcionar capital adicional”, acrescenta Bosomworth, citado pela Reuters.
Sem dúvida, apontam os especialistas, este seria um problema à escala regional. “Seria necessária uma intervenção do BCE em larga escala para estabilizar o sistema, juntamente com a intervenção da Alemanha, do Mecanismo Europeu de Estabilidade, do seu antecessor Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do Fundo Monetário Internacional, o que iria custar, possivelmente, centenas de milhões de euros”, afirmou à Reuters o estratega de investimento do britânico Coutts, Georgios Tsapouris.
Os gregos têm mostrado, em várias sondagens, que pretendem manter-se na Zona Euro. Os líderes europeus têm dito que pretendem a permanência da Grécia na união monetária, mas salientam que essa é uma decisão que cabe aos helénicos. A Europa assegura, contudo, que, para isso, é preciso cumprir o acordado. Na Europa, o Reino Unido já está a preparar planos de contingência para uma eventual saída da Grécia.
Já há números mas as incertezas continuam a ser muitas.
Para McWilliams, as “consequências económicas dependem do momento e da forma em que o euro se desmembrar”. Se o desmembramento da união monetária acontecer de modo controlado, o custo será de 2% do Produto Interno Bruto da região, ou seja, 300 mil milhões de dólares (235,8 mil milhões de euros).
Se for uma quebra feita de forma não planeada – que parece “cada vez mais provável”, para o economista –, o custo poderá ascender a 1 bilião de dólares (785,8 mil milhões de euros), o equivalente a 5% do PIB da Zona Euro, refere McWilliams.
“A escolha é, neste momento, entre um período de austeridade seguido pelo impacto do fim do euro e alguma eventual recuperação ou enfrentar, antecipadamente, o trauma do fim do euro e, então, começar a recuperar”, considera o economista.
Grécia e Alemanha com encargos superiores a 100 mil milhões de euros
Mas o euro pode permanecer e há estimativas para o que acontecerá se só a Grécia deixar a união monetária. A equipa da francesa IESEG School of Management estudou os custos directos sobre a França e sobre a Alemanha, caso o país abandone o euro, assumindo uma desvalorização de 50% do dracma face ao euro.
Entre outros encargos, as duas maiores economias do euro teriam de enfrentar a desvalorização de títulos do Banco da Grécia que detêm ou os empréstimos dos programas de ajuda a Atenas. A França poderia ter de enfrentar um prejuízo de 66,4 mil milhões de euros, as perdas da Alemanha iriam ascender a 89,8 mil milhões de euros.
O Banco Central Europeu (BCE) pode ser a solução, após a saída da Grécia – que levaria, possivelmente, ao incumprimento do país? “Os prejuízos devido a um incumprimento [da Grécia] seriam, provavelmente, elevados o suficiente para eliminar o capital do BCE”, declarou à agência Reuters Andrew Bosomworth, da Pimco, a maior gestora de fundos de obrigações do mundo. O BCE tem em carteira obrigações da Grécia, por exemplo, com base no seu programa de compra de dívida no mercado secundário.
“Eles [BCE] podem precisar de recapitalização por parte dos Estados, que não estão, exactamente, na melhor forma para proporcionar capital adicional”, acrescenta Bosomworth, citado pela Reuters.
Sem dúvida, apontam os especialistas, este seria um problema à escala regional. “Seria necessária uma intervenção do BCE em larga escala para estabilizar o sistema, juntamente com a intervenção da Alemanha, do Mecanismo Europeu de Estabilidade, do seu antecessor Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) e do Fundo Monetário Internacional, o que iria custar, possivelmente, centenas de milhões de euros”, afirmou à Reuters o estratega de investimento do britânico Coutts, Georgios Tsapouris.
Os gregos têm mostrado, em várias sondagens, que pretendem manter-se na Zona Euro. Os líderes europeus têm dito que pretendem a permanência da Grécia na união monetária, mas salientam que essa é uma decisão que cabe aos helénicos. A Europa assegura, contudo, que, para isso, é preciso cumprir o acordado. Na Europa, o Reino Unido já está a preparar planos de contingência para uma eventual saída da Grécia.