Notícia
O dia num minuto: Orçamento sim, reestruturação não. E ainda o procurador que foi detido
O Orçamento para 2016 foi aprovado. Mário Centeno diz que a reestruturação da dívida só se discute em "termos europeus". O procurador Orlando Figueira foi detido suspeito de corrupção e a Mars recolheu chocolates.
Orçamento passa no Parlamento. O Orçamento do Estado para 2016 foi aprovado, ao início da noite desta terça-feira, 23 de Fevereiro, com os votos favoráveis do PS, PCP, BE e Verdes. O PAN absteve-se e o PSD e o CDS votaram contra. O ministro-adjunto, Eduardo Cabrita, encerrou o debate na Assembleia da República afirmando que a aprovação do Orçamento permitirá que em Outubro o Governo apresente um Orçamento para 2017 "que consolide a mudança". Já Passos Coelho, líder do PSD, teceu críticas ao documento. "O Orçamento é mau e é um presente envenenado para os portugueses. Deixa o país mais vulnerável às crises externas. E, não, não apresentaremos alterações a este Orçamento. Ele não tem arranjo possível", afirmou o ex-primeiro-ministro.
Os números e o discurso. Helena Garrido analisa o debate na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2016. A directora do Negócios fala da diferença entre os números e o discurso, do plano B e da estratégia do PSD por contraste com o CDS.
Procurador detido por suspeitas de corrupção. Orlando Figueira, procurador da República, foi detido esta terça-feira, 23 de Fevereiro, pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária por suspeitas de corrupção, branqueamento e falsidade informática, crimes que terá cometido no exercício das suas funções como magistrado. Segundo o Correio da Manhã, o magistrado terá recebido luvas superiores a um milhão de euros para conduzir ao arquivamento de processos relacionados com altas figuras de Angola, sob o pretexto da "falta de provas". De acordo com a mesma publicação, as suspeitas incidem sobre os mais mediáticos processos que Orlando Figueira investigou sobre Angola, nomeadamente os que visavam o actual vice-presidente Manuel Vicente, Álvaro Sobrinho, antigo-presidente do BES Angola, e o general Bento Kangamba. Orlando Figueira saiu do DCIAP em 2012, com uma licença sem vencimento de longa duração, tendo passado a exercer funções de consultor do BCP.
Governo só debate dívida em "termos europeus". O ministro das Finanças admitiu esta terça-feira, 23 de Fevereiro, durante o debate na generalidade do Orçamento do Estado, diferenças de opinião com o PCP no que se refere à reestruturação da dívida. Mário Centeno disse que o Governo só suscitará esse debate "quando se colocar em termos europeus". Os comunistas, que têm dado apoio parlamentar ao Governo do PS, querem iniciar já este processo.
Mars recolhe chocolates em Portugal. A Mars vai recolher parte das barras de chocolate das marcas Mars e Snickers que se encontram no mercado português, depois de um consumidor alemão ter encontrado um pequeno pedaço de plástico num dos doces. A inclusão de Portugal na recolha europeia destes produtos foi confirmada esta terça-feira ao Negócios por fonte da empresa produtora de chocolates no país, que refere que a medida foi tomada por "precaução". No entanto, a mesma fonte não conseguiu precisar ainda a quantidade em causa nem os lotes abrangidos.
8.500 empresas de construção em risco. O sector da construção alertou esta terça-feira, 23 de Fevereiro, no Porto, para o perigo de desaparecerem 8.500 empresas e 35.000 empregos este ano se nada mudar no investimento público. Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, realçou, no fim de uma reunião com o sindicato da construção civil, que é preciso olhar para a situação "de maneira diferente". O sector lamenta que, dos concursos lançados, apenas metade sejam adjudicados. "Não percebo porque é que são lançadas obras e só se fazem metade. E porque é que se está a perder dinheiro com isso e a criar expectativas. Porque é que não são celebrados os contratos? São todas obras públicas, não faz nenhum sentido que sejam lançados concursos e apenas metade desses sejam entregues", adiantou Reis Campos.
Gates ao lado do FBI contra a Apple. Bill Gates colocou-se ao lado do FBI na disputa pelo acesso aos dados do iPhone usado por um dos autores do tiroteio de San Bernardino, nos EUA O fundador da Microsoft reagiu ao caso entre a Apple e o FBI e, numa entrevista publicada esta terça-feira, 23 de Fevereiro, no Financial Times, diz que as tecnológicas devem ser forçadas a cooperar com a justiça em investigações sobre terrorismo. "Este é um caso específico em que o Governo está a pedir para aceder à informação. Não estão a pedir uma coisa geral, estão a pedir para um caso particular", referiu Bill Gates. A Apple recusa-se a desbloquear o iPhone e já recebeu o apoio de empresas como o Facebook, Google, Twitter e Whatsapp.