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O dia num minuto: As exigências de Bruxelas, o impasse no BPI e os chineses no futebol
A Comissão Europeia exige que Portugal reduza mais o défice. António Costa diz que é tudo uma questão técnica. Governo pede explicações por causa de chegada de futebolistas chineses à II Liga.
Bruxelas exige a Costa um corte maior no défice. A Comissão Europeia enviou uma carta ao Governo português onde deixa claro que considera insuficiente a redução de duas décimas prevista para o défice estrutural, para 1,1% do PIB, quando Bruxelas havia recomendado que este indicador fosse reduzido em 0,6 pontos percentuais. A carta foi escrita ao mais alto nível pelo vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, e pelo comissário dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici. Tem como destinatário o ministro das Finanças, Mário Centeno, que a revelou depois de alguns jornais terem noticiado que Bruxelas recusara o plano orçamental para 2016. Embora ainda não assuma uma posição fechada, Bruxelas deixa uma espécie de ultimato ao Governo de António Costa, dando a entender que, na ausência de explicações convincentes, o mais provável é pedir a Lisboa um novo plano orçamental.
Primeiro-ministro diz que é tudo uma questão técnica. O primeiro-ministro, António Costa, desvalorizou esta quarta-feira à tarde as advertências da Comissão Europeia, considerando que a carta enviada por Bruxelas não se destina a questionar as metas nem os pressupostos do plano orçamental para 2016. O que Bruxelas quer, no entender de António Costa, são apenas "esclarecimentos técnicos". "O que está em causa é tão somente uma avaliação técnica e nós temos bons argumentos para explicar à Comissão e defender a nossa posição".
BPI recusa proposta de Isabel dos Santos. A administração do Banco BPI rejeitou a proposta de compra de 10% do Banco de Fomento Angola (BFA) por 140 milhões de euros lançada por Isabel dos Santos. "Informa-se que, na sua reunião de hoje, o conselho de administração analisou a proposta apresentada pela Unitel, S.A. para a compra de acções representativas de 10% do capital social e direitos de voto do Banco de Fomento Angola, S.A. e deliberou por unanimidade decliná-la", indica um comunicado emitido pelo banco esta quarta-feira. Este é mais um passo no embate entre a gestão do BPI e o segundo maior accionista, a Santoro. O BPI está obrigado a reduzir a sua exposição a Angola, por a supervisão bancária no país não ser considerada equivalente da europeia. A administração do banco português propôs fazer uma separação entre os activos em Portugal e os activos em Angola e Moçambique – estes últimos ficavam em empresas diferentes e sem depender do BPI.
Santander já encontrou "surpresas" no Banif. O Santander Totta garante que quaisquer riscos futuros advindos da operação comprada ao Banif serão sempre de sua responsabilidade. "As situações inesperadas e surpresas que existam sobre activos e passivos [comprados ao Banif] são risco do Totta", declarou o administrador com o pelouro financeiro do banco, Manuel Preto. E, efectivamente, já foram encontradas "surpresas". Segundo disseram Manuel Preto e o presidente executivo do Totta, António Vieira Monteiro, foram encontradas "situações a todos os níveis, quer ao nível de crédito, quer ao nível de outras situações" na carteira adquirida no final de 2015. Mas ambos asseguraram, durante a conferência de imprensa de divulgação de resultados de 2015, realizada esta quarta-feira, 27 de Janeiro, que o Estado não vai ter custos com tais riscos .
Chineses no futebol. Governo pede explicações. A hipótese de o contrato de patrocínio dos chineses da Ledman à II Liga de futebol portuguesa está a gerar controvérsia. A tal ponto que alguns comentadores e outros intervenientes do universo futebolístico vieram a público pedir a intervenção do Governo, criticando o facto de o acordo prever a obrigação da inclusão de 10 jogadores nas equipas da II Liga, três treinadores adjuntos chineses e ainda uma taxa mínima de utilização de futebolistas a definir. Uma recomendação que o Executivo seguiu. "O gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto já pediu esclarecimentos à Liga Portuguesa de Futebol Profissional sobre os contornos das negociações referidas, por forma a assegurar a máxima transparência e legalidade do sistema desportivo", disse fonte oficial do Governo ao Negócios, esta quarta-feira, 27 de Janeiro.
Fed mantém taxa de juro. A Reserva Federal dos EUA (Fed) decidiu esta quarta-feira, 27 de Janeiro, manter a taxa de juro de referência inalterada entre os 0,25% e os 0,50%. O anúncio foi feito após a conclusão de mais uma reunião de dois dias, na qual os responsáveis do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) voltaram a discutir a política monetária no país. Apesar de admitirem estar a seguir atentamente os acontecimentos económicos mundial, mantiveram a indicação de que o ciclo de subidas dos juros será "gradual".
Seedrs na lista da mais inovadoras. A plataforma de "equity crowdfunding" Seedrs, criada em 2009 pelo português Carlos Silva e americano Jeff Lynn, foi seleccionada pela agência Bloomberg para a sua lista de "Business Innovators 2016". A Seedrs é considerada pela Bloomberg como uma das empresas mais inovadoras a operar no Reino Unido e com capacidade para "influenciar e alterar a forma de viver, pensar e trabalhar" das pessoas. No último ano, a Seedrs teve mais de 340 negócios e angariou investimentos de cerca de 94 milhões de dólares.
Refugiados. Comissão critica Bruxelas. A Comissão Europeia considera que a Grécia não está a fazer tudo o que está ao seu alcance para cumprir as suas obrigações no que diz respeito ao controlo das suas fronteiras externas, nomeadamente no controlo do afluxo de refugiados que chegam ao país vindos da Turquia. Depois do encontro desta quarta-feira, 27 de Janeiro, do Colégio de Comissários, que decorreu em Bruxelas, o vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, referiu-se à avaliação feita pela instituição ao cumprimento, por parte da Grécia, das regras do Espaço Schengen, acusando Atenas de "negligenciar seriamente as suas obrigações" no controlo ao afluxo de refugiados.
Governo varre cúpula da CGD. Maria João Gago, redactora principal do Negócios, explica o que poderá mudar na liderança dos principais bancos nos próximos tempos.