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O dia num minuto: A sobretaxa 0%, os banqueiros, o terrorismo, os refugiados

Se o ano fechasse em Outubro não haveria qualquer devolução de sobretaxa. Os banqueiros estiveram com Cavaco Silva e três candidatos a Belém comentam o impasse político. Hollande separou o terrorismo do fluxo de refugiados.

Reuters
18 de Novembro de 2015 às 20:00
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Devolução da sobretaxa cai para 0%. As perspectivas de devolução da sobretaxa de IRS voltaram a afundar no mês de Outubro. Os números, a divulgar na próxima semana, indicam que se o ano fechasse agora não haveria qualquer devolução do imposto extraordinário, apurou o Negócios. As Finanças começaram a divulgar as projecções sobre a devolução da sobretaxa de IRS em Julho, por referência ao mês de Junho, apontando na altura para uma devolução potencial de 19%. Um mês depois, o valor cresceu para os 25%, e um mês mais adiante, em Setembro, atingiu o patamar mais alto de sempre: 35%. No final de Outubro, já depois das eleições legislativas, a projecção de devolução da sobretaxa afundou para os 9,7%.

A sobretaxa em vídeo. Já esteve numa projecção de devolução de 35%. Mas tem vindo a cair as estimativas para a devolução da sobretaxa de IRS. Elisabete Miranda, redactora principal do Negócios, explica o actual ponto de situação.

Hollande separa terrorismo do fluxo de refugiados. François Hollande falou esta quarta-feira perante os mais de mil presidentes de câmara gauleses para notar que os acontecimentos da última madrugada em Saint-Denis, a Norte de Paris, que poderá ter culminado com a morte do alegado cérebro dos ataques em Paris, "confirmam uma vez mais que estamos em guerra". Num discurso proferido durante cerca de 30 minutos perante o Congresso dos municípios gauleses, o presidente francês lembrou que se trata de "uma guerra contra o terrorismo", designadamente de uma organização que "dispõe de recursos financeiros, que ocupa um território e que tem elementos" na Europa e na França. Hollande lamentou haver "quem queria relacionar o fluxo de refugiados com a ameaça terrorista", contudo o governante recorda que "o nosso dever de humanidade em relação aos refugiados não pode perder-se". Assim, "todas as pessoas que tiverem direito a asilo irão tê-lo", assegurou apesar de notar que será necessário um controlo apertado.


O que os banqueiros disseram a Cavaco. "Se, porventura, o Dr. António Costa for indigitado para ser o próximo primeiro-ministro (não faço a menor ideia do que vai acontecer), eu, pessoalmente, confio no Dr. António Costa e no PS e [confio] que terão o sentido de responsabilidade necessário para manter o país num caminho de rigor". A declaração foi feita por Fernando Ulrich, o presidente do BPI, que já havia dito publicamente que votou em Pedro Passos Coelho. Ulrich foi um dos banqueiros ouvidos esta quarta-feira por Cavaco Silva no âmbito das consultas que o Presidente da República sobre as saídas para esta crise política. Todos eles apelaram ao sentido de responsabilidade e pedem que o novo Governo traga confiiança e investimento, mas não revelaram qual a solução que defendem. Cavaco Silva ouviu ainda Nuno Amado (BCP) Stock da Cunha (Novo Banco), Vieira Monteiro (Santander Totta), José de Matos (CGD), José Félix Morgado (Montepio) e Faria de Oliveira (Associação Portuguesa de Bancos) Na quinta-feira o Presidente da República irá reunir com economistas e na sexta-feira com os partidos com assento parlamentar.  

 

Os candidatos a Presidente e o impasse político. Saiba o que disseram esta quarta-feira os candidatos presidenciais sobre o impasse político que o país atravessa.

Marcelo Rebelo de Sousa: "Penso que todos nós temos a noção de que é fundamental para Portugal que não haja interrupções económicas e financeiras num percurso que se espera positivo. E para isso, o Orçamento de Estado é fundamental; e para isso, naturalmente que a conclusão deste processo de formação de Governo também é fundamental".

Marisa Matias: O calendário do Presidente da República é "um tempo perdido para a democracia e para a economia, em Portugal, e não deixa de ser surpreendente que o senhor Presidente da República, que tem sido tão rápido a executar as funções da Assembleia da República, seja tão lento a executar as suas próprias funções".
Maria de Belém: "Quando exista uma maioria absoluta de apoio parlamentar a um governo cabe ao Presidente aferir da sua sustentação constitucional e proceder à sua consequente designação, sem mais delongas"

 

Portugal emite dívida a juros negativos. Portugal regressou esta quarta-feira para mais um duplo leilão de dívida de curto prazo. O Tesouro português emitiu um total de 1.500 milhões de euros em títulos a seis e 12 meses, tendo conseguido taxas de juro negativas em ambas as maturidades. Foram mesmo as taxas de juro mais baixas de sempre, numa operação em que os investidores aceitaram pagar para financiar Portugal. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou 1.100 milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) a 12 meses. Títulos que o Tesouro emitiu a uma taxa de juro média de -0,006%. 

Banco dos CTT arranca em duas fases. O Banco CTT "iniciará a sua actividade no dia 27 de Novembro", ou seja, na sexta-feira da próxima semana, anunciaram os CTT em comunicado. Nesta altura "estarão concluídas as acções tendentes ao respectivo lançamento e arranque agência sede do Banco CTT" explica a instituição, adiantando que o arranque da operação estará "reservado a colaboradores dos CTT e do Banco CTT. A abertura do banco ao público em geral "na rede de lojas dos CTT ocorrerá até ao final do primeiro trimestre de 2016 em mais de 50 lojas".

Air Liquide compra empresa rival. A Air Liquide vai comprar a rival Airgas por 10,3 mil milhões de dólares (9,6 mil milhões de euros), numa das maiores operações de sempre no sector e que, se for bem sucedida, irá permitir à gigante francesa ocupar uma posição de liderança no mercado de gases industriais norte-americano. A oferta, a 143 dólares por acção (134 euros) representa um prémio de 50% face média dos últimos 20 dias antes do anúncio desta operação. A compra irá permitir à Air Liquide ultrapassar a concorrência e posicionar-se no primeiro lugar do mercado norte-americano. A Airgas tem uma quota de 25%, a maior de qualquer "player" do mercado, enquanto a empresa francesa está no quarto lugar.

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