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Major-general da Força Aérea entre 12 militares detidos por suspeitas de corrupção

De acordo com o Correio da Manhã, os militares detidos são suspeitos de se terem deixado subornar por empresários da restauração que fornecem bens a bases da Força Aérea. Há mais quatro empresários detidos na operação desta manhã.

Bruno Simão/Negócios
04 de Julho de 2017 às 11:50
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Doze militares da Força Aérea - entre os quais um major-general e sete oficiais de alta patente - foram detidos esta terça-feira, 4 de Julho, pela Polícia Judiciária (PJ) e pela Polícia Judiciária Militar (PJM), em diligências no âmbito da fase II da Operação Zeus, a mesma que em Novembro passado tinha conduzido à prisão preventiva de seis militares. 

De acordo com o Correio da Manhã, os militares agora detidos são suspeitos de se terem deixado subornar por empresários da restauração que fornecem bens a bases da Força Aérea. Há mais quatro empresários detidos, o que faz elevar a 16 o total de detenções levadas a cabo pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária, em articulação com o Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa e com a PJM.

O jornal acrescenta que nesta segunda operação foram detidos alguns dos mais altos responsáveis da Forças Armadas. O major-general detido (terceiro posto mais elevado na hierarquia de oficiais generais, sem contar com a dignidade honorífica de marechal) o  comandou a Direcção de Abastecimento e Transportes.

Em comunicado posterior, a Polícia Judiciária especificou que em causa estão "crimes de corrupção passiva e activa para acto ilícito, abuso de poder, e falsificação de documentos," sendo os detidos agora levados a tribunal para aplicação de eventuais medidas de coacção.

O esquema consistia na facturação de bens e matérias primas para confecção de refeições nas messes da Força Aérea a um valor superior ao real. A diferença entre os dois valores era dividido entre os militares e os empresários, acrescenta a força policial, que diz ainda que a investigação vai continuar para "recolha de prova." 

A operação envolveu 130 elementos da Polícia Judiciária e 10 magistrados do Ministério Público, tendo apreendido "documentos e material relacionado com a actividade criminosa em investigação" nas 36 buscas (31 das quais domiciliárias) nos distritos de Lisboa, Porto, Santarém, Setúbal, Évora e Faro, prossegue o comunicado.

Em Novembro, quando desencadeou a Operação Zeus ao fim de ano e meio de investigação, a PJ estimava que este esquema tivesse lesado o Estado em cerca de 10 milhões de euros.

(Notícia actualizada às 12:30 com mais informação)

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