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Como a França superou a Alemanha e o Japão na venda de submarinos à Austrália

Uma empresa estatal gaulesa venceu contra todas as expectativas um concurso para a construção e venda de 12 submarinos à Austrália no valor de 50 mil milhões de dólares australianos. Alemanha e Japão também estavam na corrida.

Reuters
26 de Abril de 2016 às 17:46
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A empresa francesa DCNS, especializada na construção de equipamentos militares e detida em mais de 50% pelo Estado gaulês, venceu a candidatura para a construção e venda de 12 submarinos, num valor de 50 mil milhões de dólares australianos (34,2 mil milhões de euros), ao Estado australiano. O anúncio foi feito esta terça-feira, 26 de Abril, em Adelaide, no sul da Austrália, pelo primeiro-ministro australiano, Malcom Turnbull (à esquerda na foto).

 

A DCNS venceu uma corrida em que contava com a concorrência da empresa germânica TKMS e do Estado japonês, através de um consórcio liderado pela Mitsubishi Heavy Industries. Foi uma vitória contra todas as expectativas, para o que contribuiu o empenho diplomático de Paris, em especial do próprio presidente francês, François Hollande.

 

De acordo com o The Sydney Morning Herald, a vitória da DCNS verificou-se apesar do favoritismo da TKMS, devido à reputação da Alemanha na construção deste tipo de equipamentos, e do empenho do Japão e do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que assim pretendia não apenas reforçar os laços comerciais com Canberra, mas também dar um importante passo no sentido da criação de uma indústria exportadora de material de guerra (algo possível desde uma recente alteração constitucional).

 

Assim, a entrada em cena de Hollande tornou-se decisiva para esta escolha, tal como o facto de o design garantido pela DCNS se adequar melhor às pretensões do ministério australiano da Defesa. Explicação que merecerá um pedido de satisfações de Tóquio. O ministro japonês da Defesa, Gen Nakatani, disse mesmo que "vamos pedir à Austrália que explique o porquê de não terem escolhido o nosso design".

Por outro lado, também a beneficiar a candidatura da empresa gaulesa esteve a garantia da construção dos 12 submarinos em Adelaide, o que permite a Turnbull fazer jus a uma promessa eleitoral dos partidos que suportam a actual coligação governamental e permitindo a criação de quase 3 mil novos postos de trabalho, refere o Governo australiano.

 

Segundo a Bloomberg, houve ainda outros dois factores que beneficiaram a proposta francesa. Em primeiro lugar, o facto de a indústria militar ter um peso relativo na economia maior em França do que na Alemanha, o que terá contribuído para um maior empenho diplomático de Paris, e em segundo as regras para a exportação de armamento serem mais restritivas na Alemanha.

 

A construção destes submarinos dará origem a uma nova versão dos Barracuda que, no entanto, não terão capacidade nuclear. O primeiro-ministro australiano disse ainda que na construção destes submarinos será utilizado aço produzido no país. O primeiro submarino deverá estar pronto somente no início de 2030.


Franceses ganham contrato de 34 mil milhões para construir submarinos para a Austrália
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O grupo francês DCNS vai construir a próxima geração de submarinos australianos, num contrato estimado em 34 mil milhões de euros, anunciou hoje o primeiro-ministro da Austrália.

 

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