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11 milhões para alimentar o Exército

O Governo autorizou uma despesa de 11,2 milhões de euros para compra de bens e serviços alimentares para o Exército Português em 2018. É uma queda de 6,5 milhões face ao valor deste ano.

03 de Outubro de 2017 às 15:58
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O Exército Português terá no próximo ano um orçamento de 11,2 milhões de euros (mais IVA) para a compra de mantimentos, alimentos já cozinhados e contratação de serviços de alimentação. A queda de 6,5 milhões (-37%) em comparação com o valor autorizado para este ano deve-se, pelo menos em parte, à extinção de uma empresa de prestação de serviços e integração dos seus recursos no Exército.

 

A resolução do Conselho de Ministros - publicada hoje em Diário da República – autoriza "o Exército Português a realizar a despesa relativa à aquisição de víveres, alimentação confeccionada e à prestação de serviços de alimentação às unidades, estabelecimentos e órgãos do Exército Português, para o ano de 2018, até ao montante máximo de (euro) 11.170.217,24, a que acresce IVA à taxa legal em vigor", pode ler-se no documento.

 

Consultando a mesma resolução do ano anterior, verifica-se uma quebra de 6,5 milhões de euros. Menos 37%. Contactado pelo Negócios, o Ministério da Defesa Nacional atribuiu essa diminuição ao novo modelo de alimentação do Exército. No final de Junho deste ano, o Governo extinguiu a empresa MM – Gestão Partilhada E. P. E., integrando os seus recursos no Exército. A entidade era responsável pela alimentação e gestão de messes.

 

Na altura, o Executivo esperava que, com o novo modelo, os gastos anuais com alimentação se reduzissem "substancialmente". Agora, o Governo diz que os "ganhos financeiros" se estão a concretizar.

 

No entanto, importa notar que a poupança conseguida será certamente inferior aos 6,5 milhões de euros referidos em cima. É que, além de ter integrado os recursos da MM, fez o mesmo com os trabalhadores. Foram integradas 380 pessoas, das quais 50 têm contratos a prazo.

 

"A despesa com alimentação constitui-se como uma das mais críticas para o normal funcionamento e desempenho operacional do Exército, afigurando-se como essencial para que este se encontre em condições de cumprir cabalmente as missões que lhe são confiadas", sublinha o Governo na publicação em Diário da República.

 

Este novo modelo gerou desconfiança entre algumas bancadas parlamentares. Sem a entidade extinta, o Exército passa a recorrer directamente ao mercado para comprar géneros alimentares, "garantindo internamente" a confecção e distribuição das refeições.  O Bloco de Esquerda temia que se estivesse a abrir a porta à privatização de serviços e mostrava-se preocupado com a existência de reservas estratégicas em caso de catástrofe. "Não existindo uma estrutura militar montada a este nível, as consequências poderão ser muito mais gravosas", notavam dos deputados bloquistas num conjunto de perguntas enviado ao Governo em Maio.

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