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Portugueses foram mais ao cinema em 2016 mas viram menos filmes nacionais
Os portugueses foram mais ao cinema em 2016, com as salas a totalizarem 14,8 milhões de espectadores, mas os filmes nacionais sofreram uma quebra de audiência, comparando com 2015, revelou hoje o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA).
De acordo com os dados provisórios do ICA, que fazem um retrato da exibição comercial de cinema em 2016, os filmes portugueses foram vistos por 350 mil espectadores, um valor muito abaixo dos 940 mil contabilizados de 2015.
A comédia "A canção de Lisboa", de Pedro Varela, foi o filme português mais visto no circuito comercial, com 187.596 espectadores e uma receita bruta de bilheteira de 944 mil euros.
Na tabela dos 10 filmes portugueses mais vistos estão ainda "O amor é lindo... porque sim!", de Vicente Alves do Ó (31.476 espectadores), "Cartas da guerra", de Ivo M. Ferreira (21.880), "O leão da Estrela", de Leonel Vieira (17.733), "Axilas", de José Fonseca e Costa (4.651), ou "O ornitólogo", de João Pedro Rodrigues (4.057).
No total, as 553 salas de cinema portuguesas registaram no ano passado 14,8 milhões de espectadores, ou seja, pouco mais de 324 mil do que em 2015, e 76,6 milhões de euros de receita bruta de bilheteira (mais 1,6 milhões de euros).
O ICA concluiu que em média cada bilhete custou 5,15 euros.
A animação "A vida secreta dos nossos bichos", de Chris Renaud e Yarrow Cheney, foi o filme mais visto pelos portugueses em 2016, com 604.055 espectadores.
Das 389 longas-metragens estreadas em sala houve um equilíbrio entre produções norte-americanas (164) e europeias (169), mas essa proporção não se verificou nas audiências: Os filmes norte-americanos foram vistos por 78,8% dos espectadores e o cinema europeu por apenas 8,9%.
A Nos Lusomundo continua a ser líder de mercado tanto na exibição como na distribuição cinematográfica.
O ICA revela ainda que em 2016 apoiou financeiramente a produção de 47 filmes portugueses ou de coprodução portuguesa, alguns dos quais ainda por estrear em sala, como "Cabaret Maxime", de Bruno de Almeida, "Caminhos da Alma", de João Canijo, "São Jorge", de Marco Martins, e "Seara de Vento", de Sérgio Tréfaut.
No retrato tirado ao cinema em Portugal em 2016, o ICA destaca ainda alguns dos prémios conquistados pelos produtores e realizadores portugueses, entre os quais "O ornitólogo", de João Pedro Rodrigues, distinguido em Locarno, "Balada de um batráquio", de Leonor Teles, Urso de Ouro em Berlim, e "São Jorge", de Marco Martins, que valeu um prémio de representação a Nuno Lopes.