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Portugal assina três protocolos de cooperação cultural com a China
O lançamento de dois documentários e o reforço na cooperação noticiosa fazem parte das acções anunciadas. Portugal criará ainda um centro cultural na Embaixada de Pequim.
Portugal assinou esta quarta-feira, 18 de Junho, três protocolos de cooperação na área cultural com o Governo chinês. À cerimónia, realizada em Lisboa, assistiram Miguel Poiares Maduro, ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, e Liu Yunshan, membro do comité central do Partido Comunista Chinês.
O primeiro protocolo foi assinado entre a RTP e a televisão nacional Chinesa, a CCTV. As duas emissoras comprometem-se a produzir dois documentários – Portugal Encantador e China Encantadora -, que serão exibidos nos seus canais. "Já estamos a trabalhar neles", revela Alberto da Ponte, que espera ter os projectos prontos até ao final do ano.
O presidente do Conselho de Administração da RTP explica que este acordo assenta ainda na "possibilidade de co-produções bem como no intercâmbio de experiências do ponto de vista de organização, sobretudo tecnológico", alargando um protocolo já existente com a CCTV datado de 2005.
A cooperação noticiosa, ao nível da produção e divulgação de informação sobre ambos os países, está também prevista na parceria com a RTP. A esse nível, também a agência Lusa – representada pelo seu presidente Afonso Camões – assinou um protocolo com o canal público chinês. A meta é captar mais informação com interesse público sobre ambos os países nestes órgãos de comunicação.
O terceiro protocolo, entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) – na figura do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário – e o Ministério da Cultura Chinês, prevê a criação recíproca de centros culturais.
"No caso de Portugal, significa transformar a secção cultural da Embaixada [portuguesa] em Pequim num centro cultural – espaço de promoção e divulgação da língua e cultura portuguesas – que permitirá uma oferta mais alargada de cursos de língua portuguesa a públicos variados, além da organização de actividades culturais", explicou ao Negócios fonte oficial do MNE.
Para o ministro Miguel Poiares Maduro, estes acordos aprofundam "as nossas relações históricas com uma potência mundial como é a China, com a qual tem vindo a desenvolver laços económicos importantes para o nosso país". "Os protocolos podem ter um papel muito importante no desenvolvimento e promoção económica e cultural de Portugal" no mercado chinês, acredita.
Numa altura em que a presença chinesa em Portugal se tem reforçado a nível cultural e económico – por exemplo no negócio da EDP com a China Three Gorges ou na compra da Caixa Seguros pela Fosun Internacional – o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier considera que estes protocolos são um "incentivo ao turismo e às ligações culturais e na comunicação social".