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Doze livros a investir, segundo a equipa do BlackRock

À procura de recomendações de leitura? A equipa do BlackRock Investment Institute (BII), um dos maiores gestores de investimentos do mundo, deixa 12 propostas. Todas longe do universo dos negócios

29 de Agosto de 2021 às 15:00
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Um livro é sempre um ativo e, neste caso, o único risco poderá ser o de a leitura não corresponder às expectativas. Membros da equipa do BlackRock Investment Institute selecionaram um conjunto de 12 obras, das quais apenas três de ficção. O catálogo, tal como um bom portfólio, é diversificado, tanto no género literário, como nos temas.

 

 

Não-Ficção

 

"1971 – Never a Dull Moment", de David Hepworth. É um livro que reclama categoricamente que 1971 foi o ano mais influente da história da música rock, em que álbuns de bandas como Led Zeppelin deixaram uma marca indelével no panorama musical. Vikram Subhedar, da equipa de publicações do BII, discorda, porque entende que 1991 produziu músicas de rock ainda mais icónicas, mas nem assim deixa de recomendar a obra. Descreve-a como um pedaço muito interessante da história da música apimentado com um interessante comentário social, em particular sobre o Reino Unido, e elogia as excelentes recomendações musicais.

 

"Emperor of Japan: Meiji and His World, 1852-1912", de Donald Keene. A escolha de Henny Sender, consultora sénior no BII, recai sobre uma biografia do imperador Meiji, figura instrumental na extraordinária transformação do Japão de um país isolado numa das cinco grandes potências mundiais. Não obstante, a ênfase da pureza racial e cultural manteve-se viva no país e curiosamente Henny Sender leu o livro enquanto via, com um certo otimismo prudente, atletas japoneses de diferentes origens serem aclamados nos Jogos Olímpicos. "Resta esperar que o novo acolhimento de atletas multirraciais seja duradouro", afirmou. A leitura é longa (mais de 900 páginas), mas é da autoria daquele que era um dos mais reconhecidos estudiosos do Japão.

"Hitting Against the Spin: How Cricket Really Works", de Ben Jones e Nathan Leamon. À primeira vista parece um livro sobre desporto. Na verdade, é e não é. Ben Powell, estratega-chefe da área de investimentos do BII para a Ásia-Pacífico, descreve uma obra que mostra como a investigação quantitativa está agora a guiar uma série de áreas anteriormente catalogadas como de puro talento, incluindo o desporto de alta competição. "Por um lado, o livro avalia, de uma forma inteligente, a utilidade da matemática mas, por outro, deixa claro que não pode ser usada para isentar por completo a responsabilidade dos humanos por decisões críticas ou para descontar a importância da mera sorte", comentou.

"Passionate Spirit - The Life of Alma Mahler", de Cate Haste. Beata Harasim, estratega sénior da área de investimento do BII, sugere a intrigante biografia de uma das mulheres mais fascinantes e talvez a maior musa artística do século XX. A austríaca Alma Mahler foi uma dotada e prolífica compositora, por seu próprio mérito, mas não foi capaz de explorar completamente os seus talentos.

"The New Climate War", de Michael E. Mann. É a sugestão de Rujun Shen que chega com um aviso prévio: este livro pode tirá-lo do desespero e do pessimismo relativamente às alterações climáticas. Mann, um reputado cientista, aborda tanto a urgência em combater as mudanças climáticas como a real capacidade dos nossos esforços nessa luta. Não quer o especialista com isso dizer que devemos deixar de comer carne ou de andar de avião, mas que precisamos de ajudar a impulsionar mexidas cruciais para uma descarbonização sistemática.

"The Premonition: A Pandemic Story", de Michael Lewis. A última coisa que Axel Christensen queria era ter a pandemia como tema das leituras de verão, mas o estratega-chefe da área de investimento do BII para a América Latina acabou surpreendido com a mais recente obra do autor de vários best-sellers de não-ficção. "Lewis fez um trabalho extraordinário ao tornar a história que todos estamos a viver num excitante thriller", afirmou.

"The Statues that Walked: Unraveling the Mystery of Easter Island", de Terry Hunt e Carl Lopo. O economista-chefe sobre a China no BII fala de um livro com argumentos suficientemente convincentes para terem mudado o seu ponto de vista sobre a história da Ilha de Páscoa. Yu Song destaca que os autores propõem uma teoria alternativa do que aconteceu (uma vez que defendem que a corrente instituída é inconsistente com as provas arqueológicas), mas deixa para os leitores o gosto de desvendarem o mistério.

"This Is Your Brain on Music", de Daniel Levitin. Este livro ajuda a explicar duas questões em simultâneo: a forma como funcionam os nossos cérebros e por que razão criamos e ouvimos música. É a garantia de Dominic Elliott, especialista em comunicações do BII sobre a obra de Levitin, neurocientista que também trabalhou como produtor na indústria musical. "Depois de ler este livro ficamos com a certeza de que a música vai muito mais além da infame visão do psicólogo Steven Pinker de que é um mero ‘cheesecake auditivo’, ou seja, um acidental subproduto do desenvolvimento da linguagem.

"Empire of Pain", de Patrick Radden Keefe. Não só é um dos mais cativantes como dos mais inquietantes livros que Jean Boivin diz ter lido em muito tempo. Para o líder do BII, além de ajudar os leitores a entenderem a crise dos opioides, a obra oferece uma lição mais abrangente sobre a forma como a "ciência" e os "especialistas" em marketing podem estar muito equivocados.

Ficção

"The Miraculous Journey of Edward Tulane", de Kate DiCamillo. Entra na categoria dos livros infantis e juvenis, mas é um dos favoritos de sempre de Scott Thiel, estratega-chefe de produtos de taxa fixa do BII. "A Odisseia de Edward Tulane", em português, da Edições Gailivro, narra as peripécias da viagem de um coelho de porcelana depois de se perder da dona. Para Scott Thiel, trata-se, na verdade, da história sobre como nos tornarmos cientes do verdadeiro poder do amor.

"The Godfather", de Mario Puzo. Paul Henderson, membro do grupo de pesquisa de portefólio do BII, vai para um clássico – "O Padrinho", publicado pela 11X17 e Bertrand (edição de bolso). A parte que mais o intriga é a forma como o protagonista faz as coisas acontecerem com a sua "razoabilidade" no submundo do crime. Para Paul Henderson, uma boa alternativa será também optar pelo audiolivro da obra que inspirou, de resto, o filme homónimo galardoado nos Óscares de 1973.

"Tyll", de Daniel Kehlmann. "Tyll. O Rei, o Cozinheiro e o Bobo", publicado em Portugal pela Bertrand em 2020, ano em que esteve nomeado para o International Booker Prize, é a sugestão de Lukas Daalder. Com rasgos de humor e humanidade, o romance coloca a figura lendária do folclore medieval alemão no palco da Guerra dos Trinta Anos. "É um livro muito forte sobre algumas das aventuras de Tyll Ulenspiegel", diz o estratega-chefe do BII para os Países Baixos, para quem a "nova perspetiva" com que foi escrito o torna "muito bom".

 

 

 

 

 

 

 

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