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Turismo desvia da rota de crescimento e cai 60% em março

A pandemia e o "efeito Carnaval", que no ano passado foi celebrado em março em vez de fevereiro, ditaram uma queda a pique no setor do turismo.

Os profissionais do turismo são os mais pessimistas sobre o negócio.
Mariline Alves
15 de Maio de 2020 às 11:20
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O setor do turismo inverteu em março a trajetória de crescimento, para passar a cair a pique: na maioria dos indicadores, a queda ronda os 60%.

O setor do alojamento turístico registou 697,7 mil hóspedes e 1,9 milhões de dormidas em março de 2020, correspondendo a variações de -62,3% e -58,7%, respetivamente. As dormidas de residentes recuaram 57,6% (+26,6% em fevereiro) e as de não residentes decresceram 59,2% (+9,5% no mês anterior).

Face a este cenário, os proveitos reduziram-se em 60,2%, caindo para os 98,9 milhões de euros. As áreas mais afetadas foram as de Lisboa, que desceu mais de 65%, e Norte, onde a queda foi equivalente. O centro recuou ligeiramente menos, 62,3%. Olhando ao segmento do alojamento local, os proveitos deslizaram 52,8%. 

"A informação deste destaque, respeitante a março, reflete já efeitos da pandemia covid-19, quer no comportamento da atividade turística, quer na quantidade de informação primária disponível para a compilação dos resultados apresentados", informa o Instituto Nacional de Estatística no boletim da Atividade Turística.

Além da pandemia, as variações homólogas foram também influenciadas pelo efeito de calendário correspondente ao Carnaval que, este ano, ocorreu em fevereiro e, no ano anterior,  tinha ocorrido em março, nota ainda o INE.

O INE aproveita para informar das conclusões de um questionário adicional promovido durante o mês de abril e primeira semana de maio, e no qual estão contempladas as perspetivas para os próximos meses: 78,9% dos estabelecimentos de alojamento turístico respondentes assinalaram que a pandemia motivou o cancelamento de reservas agendadas para os meses de março a agosto de 2020, sendo que estes mesmos estabelecimentos representam 90,9% da capacidade da oferta dos estabelecimentos que responderam.

Menos residentes e estrangeiros
O trambolhão no alojamento deu-se tanto cá dentro, com o mercado interno a cair 57,6% para as 574,5 mil dormidas, como em relação aos turistas vindos de fora, que diminuíram 59,2% para os 1,3 milhões. 

"Os mercados que, em março, se encontravam entre os mais atingidos pela pandemia COVID-19 foram os que registaram maiores decréscimos nas dormidas neste mês", ou seja, China, Itália, Estados Unidos e Espanha, relata o INE.

O mercado chinês diminuiu 78,8% neste mês e 31,8% no primeiro trimestre do ano. Os italianos recuaram 76,5% em março e 30,0% desde o início do ano. O mercado norte-americano apresentou uma diminuição de 67,5% em março e de 25,7% no conjunto dos primeiros três meses do ano. Espanha trouxe menos 67,3% de turistas em março, contribuindo para a quebra de 12,7% desde janeiro.

De Lisboa para cima, as maiores quebras
Em março, registaram-se decréscimos das dormidas em todas as regiões, com as maiores reduções a registarem-se na área metropolitana de Lisboa (-63,7%), Centro (-63,6%) e Norte (-61,4%). No primeiro trimestre do ano, Lisboa (-21,4%) e o Algarve (-19,4%) foram as regiões que registaram maiores decréscimos, enquanto o Alentejo foi a região que apresentou menor diminuição (-7,6%).

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