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Transdev pede ao Estado que pague dívida de 9 milhões para sobreviver
A empresa de transporte público diz que perdeu 90% das receitas devido às medidas para combater o impacto do novo coronavírus e apela ao Governo a regularização imediata de valores em dívida para poder pagar salários no próximo trimestre.
A empresa de transporte público de passageiros Transdev, que emprega em Portugal 2.000 trabalhadores, apelou esta quarta-feira ao Estado para que regularize de imediato os valores em dívida para poder pagar salários e assegurar a sua sobrevivência.
Numa nota enviada, a Transdev adianta que as restrições à mobilidade decretadas para combater o surto de covid-19 provocaram uma redução da sua atividade que se traduz numa quebra de receitas da ordem dos 90%". "A título de exemplo, a diminuição da atividade nas linhas urbanas e interurbanas chegou aos 80%, enquanto nos serviços expresso a descida é de 85%", acrescenta.
Para reduzir o impacto desta situação nas contas da empresa e assegurar o pagamento de salários no próximo trimestre, a empresa apelou ao Estado para regularizar o pagamento imediato de 9 milhões de euros que tem em dívida para com a empresa.
"A Transdev já solicitou ao Governo e às autoridades de transportes que procedam a esse pagamento para permitir a sobrevivência da empresa. Em tempos normais, o período de pagamento é superior a 6 meses. O que a empresa pretende é que este prazo seja reduzido para 15 dias", explica.
A empresa de transporte público pediu ainda a definição de um procedimento único para todas as autoridades de transporte, à semelhança do que se verificou nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto que garanta a todos os operadores, a partir do dia 16 de março, a receita recebida pela prestação de serviços de transporte público, tendo por base os valores do período homologo do ano anterior atualizado pela taxa de atualização tarifária.
Outra medida sugerida pela empresa, com carácter de urgência, é a suspensão imediata de todos os processos de contratualização que estejam em curso, assim como não lançamento de quaisquer procedimentos tendentes à contratualização das obrigações de serviço público. "Isto porque nesta altura, as equipas de trabalho estão consideravelmente reduzidas, estando limitada ao máximo a prestação de trabalho presencial", explica.
Citado no mesmo comunicado, o conselho de administração do grupo Transdev em Portugal afirma que "está em causa a sobrevivência da empresa" e que "sem o pagamento das dívidas por parte das entidades públicas não será possível garantir postos de trabalho e serviços à população."