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Taxa de contágio está ainda acima de um
O designado Rt, que mede a taxa de contágio em função do tempo, está ainda acima de um, o que leva Marta Temido a dizer que a doença não está controlada e que continuam a ser necessários todos os cuidados.
Em Portugal, a taxa de contágio do novo coronavírus ainda está ainda acima de um, divulgou a ministra da Saúde, na conferência de imprensa de domingo, 26 de abril. Segundo Marta Temido, o número médio de casos secundários resultantes de um caso infetado medido em função do tempo (designado Rt)–, calculado à medida que a epidemia avança, nos cindo dias que decorreram de 16 a 20 abril, estava nos 1,04, variando de 0,99 no Norte e 1,2 na região de Lisboa e Vale do Tejo, o que também antecipa que “o máximo da incidência da infeção já terá ocorrido”. Mas o risco “subiu um bocadinho em algumas regiões”.
O número médio de contágio causado por cada infetado (designado por R0) até 16 março estava nos 2,08, podendo “o verdadeiro valor situar-se entre 1,97 e 2,19”, referiu Marta Temido, que aponta que o máximo de incidência da infeção terá acontecido entre 23 e 25 março. Não há R0 mais atualizado. Um R0 de 2,08 significa que um doente infetou, em média, 2,08 outras pessoas. Um R0 abaixo de um sugere, segundo tem sido referido por especialistas, que o número de casos estará a encolher; enquanto acima de um ainda indica que os casos aumentam. A Alemanha, um dos primeiros países europeus a levantar restrições, tinha a 17 de abril um R0 de 0,7, mas Angela Merkel foi bem explicita quando afirmou que uma taxa de contágio de 1,3 levaria ao limite do serviço de saúde em junho. Espanha manteve o valor reprodutivo básico abaixo de 1 durante 16 dias, mas a 20 de abril voltou a ficar acima, nos 1,03. França estará com uma taxa de 0,5.
Estes são dois dos indicadores que permitem indicar se a infeção está controlada, ajudando para projetar as medidas de reabertura da economia. Com base nestes dados, Marta Temido realçou que “a doença não está ultrapassada”, pelo que “mantém-se a necessidade de cumprimento disciplinado das medidas de saúde pública, o distanciamento social mantém-se necessário, a higienização e o uso de máscara social quando nos encontramos ou viermos a encontrar em espaço fechados com número significativo de pessoas. Quando isso vier a acontecer não é o caso atual”. E os trabalhadores, realçou, devem medir eles próprios a temperatura duas vezes por dia e não ir para o local de trabalho se houver alterações no perfil sintomático.