Notícia
Sindicato denuncia despedimento de mais de 500 trabalhadores na Preh Portugal na Trofa
A União dos Sindicatos do Porto (USP) denunciou hoje que a empresa alemã de componentes eletrónicos Preh Portugal, localizada na Trofa, vai despedir mais de 500 dos 700 trabalhadores com vínculos precários, devido à pandemia da covid-19.
03 de Abril de 2020 às 17:59
Em comunicado, a USP, afeta à CGTP-IN, acusa a empresa, que tem 1.500 funcionários, 700 dos quais com contratos precários, e produz componentes eletrónicos para a indústria automóvel, de ser o "perfeito exemplo de tudo o que de mais selvagem e atroz existe nas relações de trabalho dos trabalhadores com vínculos precários".
"A empresa, numa atitude que demonstra que o capital não quer saber minimamente dos trabalhadores, pelo contrário, tenta por todos os meios reduzir as perdas ao máximo e manter os seus chorudos lucros, rescinde contrato com mais de 500 trabalhadores com vínculos precários, de um total que rondará os 700 trabalhadores [precários]", refere o sindicato.
A USP acusa também a Preh Portugal de "impor, unilateralmente, o gozo de uma semana de férias aos restantes trabalhadores".
O sindicato denuncia ainda um "ato inadmissível" levado a cabo pela Preh Portugal na distribuição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), "exigindo" aos trabalhadores que os EPI, incluindo máscara, "têm de durar uma semana".
"Na atual situação que o país atravessa, contam-se 'pelos dedos de uma mão' as empresas que, de facto, tomam medidas sociais que vão ao encontro das preocupações do povo e dos trabalhadores, e que zelam pela manutenção dos postos de trabalho, garantindo assim um futuro diferente para estes homens e mulheres. A Preh Portugal não é certamente uma dessas empresas", lamenta a USP.
Na sequência desta denúncia da União dos Sindicatos do Porto, o PCP, através das deputadas Ana Mesquita e Diana Ferreira, enviou um requerimento (pergunta) ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O PCP questiona se o Governo "tem conhecimento" da situação na Preh Portugal e que medidas vai tomar "para assegurar o cumprimento dos direitos dos trabalhadores, nomeadamente, a não imposição de férias e a manutenção dos postos de trabalho".
As deputadas comunistas perguntam também pelas medidas que o Governo vai tomar "para garantir o respeito pelos direitos dos trabalhadores em termos de saúde, higiene e segurança no trabalho, sobretudo no atual contexto epidemiológico", e como é que "avalia o facto de a maioria dos trabalhadores da empresa ser contratada através de vínculos precários".
O PCP questiona ainda se a Autoridade para as Condições do Trabalho "realizou alguma ação inspetiva recente" à Preh Portugal e quais as conclusões.
"A situação que o país enfrenta não pode ser argumento para que o Governo se demita das suas funções de fiscalização e de garantia do cumprimento e respeito pelos direitos dos trabalhadores", lembram as deputadas Ana Mesquita e Diana Ferreira.
A Lusa questionou hoje a Preh Portugal acerca destas acusações, mas até ao momento não obteve resposta.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
"A empresa, numa atitude que demonstra que o capital não quer saber minimamente dos trabalhadores, pelo contrário, tenta por todos os meios reduzir as perdas ao máximo e manter os seus chorudos lucros, rescinde contrato com mais de 500 trabalhadores com vínculos precários, de um total que rondará os 700 trabalhadores [precários]", refere o sindicato.
O sindicato denuncia ainda um "ato inadmissível" levado a cabo pela Preh Portugal na distribuição dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), "exigindo" aos trabalhadores que os EPI, incluindo máscara, "têm de durar uma semana".
"Na atual situação que o país atravessa, contam-se 'pelos dedos de uma mão' as empresas que, de facto, tomam medidas sociais que vão ao encontro das preocupações do povo e dos trabalhadores, e que zelam pela manutenção dos postos de trabalho, garantindo assim um futuro diferente para estes homens e mulheres. A Preh Portugal não é certamente uma dessas empresas", lamenta a USP.
Na sequência desta denúncia da União dos Sindicatos do Porto, o PCP, através das deputadas Ana Mesquita e Diana Ferreira, enviou um requerimento (pergunta) ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
O PCP questiona se o Governo "tem conhecimento" da situação na Preh Portugal e que medidas vai tomar "para assegurar o cumprimento dos direitos dos trabalhadores, nomeadamente, a não imposição de férias e a manutenção dos postos de trabalho".
As deputadas comunistas perguntam também pelas medidas que o Governo vai tomar "para garantir o respeito pelos direitos dos trabalhadores em termos de saúde, higiene e segurança no trabalho, sobretudo no atual contexto epidemiológico", e como é que "avalia o facto de a maioria dos trabalhadores da empresa ser contratada através de vínculos precários".
O PCP questiona ainda se a Autoridade para as Condições do Trabalho "realizou alguma ação inspetiva recente" à Preh Portugal e quais as conclusões.
"A situação que o país enfrenta não pode ser argumento para que o Governo se demita das suas funções de fiscalização e de garantia do cumprimento e respeito pelos direitos dos trabalhadores", lembram as deputadas Ana Mesquita e Diana Ferreira.
A Lusa questionou hoje a Preh Portugal acerca destas acusações, mas até ao momento não obteve resposta.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.