Notícia
Setor da beleza e cuidados pessoais avisa que metade das empresas arrisca fechar
O setor da beleza, cosmética e cuidados pessoais contesta o encerramento dos respetivos estabelecimentos decretado no âmbito do novo confinamento, avisando que a atividade está já "fragilizada" pelo anterior fecho e mais de metade das empresas poderão encerrar.
18 de Janeiro de 2021 às 15:39
"Caso se verifique o que o Sr. Presidente da República disse, que a pandemia só estará estabilizada no final do primeiro trimestre, dando a entender que o confinamento poderá ir até essa data", é desde já possível antecipar "o encerramento de mais de 50% dos estabelecimentos do setor, que assenta numa economia fragmentada e duplamente fragilizada pelo anterior confinamento (do qual não conseguiu recuperar) e pelas regras de funcionamento que lhe foram impostas", lê-se numa carta enviada por sete associações e clubes ao ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
Na missiva, os subscritores dizem a Pedro Siza Vieira que "o sacrifício que lhes está a ser exigido é completamente desproporcional à eficácia que pretendem retirar do confinamento".
"As regras têm de ser iguais para todos: ou abrem todos os setores de atividade (de forma alternada, com ou se limitações de horários) ou limitam-se ao essencial os que podem permanecer abertos de forma a, num curto espaço de tempo possível, podermos voltar todos a reabrir com a segurança possível", sustentam.
Segundo referem, "se há que fazer sacrifícios, para defesa de um bem maior, os mesmos terão que ser feitos por todos em pé de igualdade": "Exigimos igualdade, respeito e, principalmente, a devida importância que representamos para a saúde e bem-estar dos portugueses", afirmam.
Datada do sábado passado, a carta enviada ao Governo é subscrita pelas associações Portuguesa de Barbeiros (APBCIB), Cabeleireiros e Institutos de Beleza, Portuguesa de Cabeleireiros de Portugal (ACP), Nacional do Corpo e do Cabelo e Portuguesa de Cabeleireiros e Estética de Braga, assim como a Associação Nacional de Esteticismo Profissional, o Centro Artístico e Cultural dos Cabeleireiros de Portugal e o Clube Artístico dos Cabeleireiros de Portugal.
Dias antes, em 09 de janeiro, e face à "iminência de um novo confinamento", estas mesmas associações e clubes tinham já enviado uma outra carta ao executivo manifestando a sua "inquietação pela antevisão da possibilidade de um novo encerramento dos estabelecimentos de prestação de serviços do setor dos cuidados pessoais" e solicitando que estes fossem incluídos nos "serviços considerados essenciais", de forma a poderem manter as portas abertas.
Na altura, alertaram que o tecido empresarial do setor estava "muito fragilizado", pelo que "dificilmente conseguirá superar mais um encerramento", e salientaram que a atividade "tem tido uma atuação irrepreensível no cumprimento das normas" determinadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
"Conforme poderão verificar pela análise dos dados de que deverão dispor, não há indicadores de redes de contágio nos estabelecimentos de cuidados pessoais. As medidas propostas e em cumprimento são as necessárias e adequadas a mantermos a nossa atividade em segurança", sustentaram.
Por outro lado, referiram na carta, "verificou-se no confinamento anterior a relevância deste setor para a autoestima dos utentes dos seus serviços, revelando a sua essencialidade no equilíbrio psicológico das pessoas".
Insatisfeitos com os esforços feitos pelas associações e clubes que os representam, diversos operadores do setor -- entre técnicos de unhas artificiais, cabeleireiros, barbeiros e esteticistas -- criaram um movimento intitulado "Beleza sem Mãos! De Mãos Unidas! Estamos de Mãos Atadas!", que dizem ter já âmbito nacional.
Em declarações à agência Lusa, a dinamizadora da iniciativa, Carina Gomes, explicou que o grupo está a preparar um conjunto de manifestações que deverão sair à rua na próxima semana, em diversas cidades do país, e apela para que os estabelecimentos do setor abram a partir de hoje portas, mesmo que "sem atender nem faturar", com faixas pretas nas montras como forma de protesto.
"O setor da beleza emprega milhares de profissionais que são essenciais às suas famílias. São tão essenciais quanto a mercearia da porta ao lado, são tão essenciais como a loja de ferragens ou até a loja dos chineses, que permanece aberta embora nenhum artigo essencial seja vendido. Beleza não é uma futilidade. É um serviço de apoio à comunidade. Servimos beleza mas também o cuidado pessoal. O cuidado da nossa sanidade mental e autoestima", lê-se no manifesto do movimento.
"Hoje estamos de luto. Estamos de mãos atadas e de corda no pescoço. Estamos mais uma vez à espera do bom senso do Estado", sustentam.
Na missiva, os subscritores dizem a Pedro Siza Vieira que "o sacrifício que lhes está a ser exigido é completamente desproporcional à eficácia que pretendem retirar do confinamento".
Segundo referem, "se há que fazer sacrifícios, para defesa de um bem maior, os mesmos terão que ser feitos por todos em pé de igualdade": "Exigimos igualdade, respeito e, principalmente, a devida importância que representamos para a saúde e bem-estar dos portugueses", afirmam.
Datada do sábado passado, a carta enviada ao Governo é subscrita pelas associações Portuguesa de Barbeiros (APBCIB), Cabeleireiros e Institutos de Beleza, Portuguesa de Cabeleireiros de Portugal (ACP), Nacional do Corpo e do Cabelo e Portuguesa de Cabeleireiros e Estética de Braga, assim como a Associação Nacional de Esteticismo Profissional, o Centro Artístico e Cultural dos Cabeleireiros de Portugal e o Clube Artístico dos Cabeleireiros de Portugal.
Dias antes, em 09 de janeiro, e face à "iminência de um novo confinamento", estas mesmas associações e clubes tinham já enviado uma outra carta ao executivo manifestando a sua "inquietação pela antevisão da possibilidade de um novo encerramento dos estabelecimentos de prestação de serviços do setor dos cuidados pessoais" e solicitando que estes fossem incluídos nos "serviços considerados essenciais", de forma a poderem manter as portas abertas.
Na altura, alertaram que o tecido empresarial do setor estava "muito fragilizado", pelo que "dificilmente conseguirá superar mais um encerramento", e salientaram que a atividade "tem tido uma atuação irrepreensível no cumprimento das normas" determinadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS).
"Conforme poderão verificar pela análise dos dados de que deverão dispor, não há indicadores de redes de contágio nos estabelecimentos de cuidados pessoais. As medidas propostas e em cumprimento são as necessárias e adequadas a mantermos a nossa atividade em segurança", sustentaram.
Por outro lado, referiram na carta, "verificou-se no confinamento anterior a relevância deste setor para a autoestima dos utentes dos seus serviços, revelando a sua essencialidade no equilíbrio psicológico das pessoas".
Insatisfeitos com os esforços feitos pelas associações e clubes que os representam, diversos operadores do setor -- entre técnicos de unhas artificiais, cabeleireiros, barbeiros e esteticistas -- criaram um movimento intitulado "Beleza sem Mãos! De Mãos Unidas! Estamos de Mãos Atadas!", que dizem ter já âmbito nacional.
Em declarações à agência Lusa, a dinamizadora da iniciativa, Carina Gomes, explicou que o grupo está a preparar um conjunto de manifestações que deverão sair à rua na próxima semana, em diversas cidades do país, e apela para que os estabelecimentos do setor abram a partir de hoje portas, mesmo que "sem atender nem faturar", com faixas pretas nas montras como forma de protesto.
"O setor da beleza emprega milhares de profissionais que são essenciais às suas famílias. São tão essenciais quanto a mercearia da porta ao lado, são tão essenciais como a loja de ferragens ou até a loja dos chineses, que permanece aberta embora nenhum artigo essencial seja vendido. Beleza não é uma futilidade. É um serviço de apoio à comunidade. Servimos beleza mas também o cuidado pessoal. O cuidado da nossa sanidade mental e autoestima", lê-se no manifesto do movimento.
"Hoje estamos de luto. Estamos de mãos atadas e de corda no pescoço. Estamos mais uma vez à espera do bom senso do Estado", sustentam.