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Reino Unido vai excluir Portugal de corredor aéreo? Governo aguarda decisão oficial

As autoridades nacionais não vão tomar posição sobre a possibilidade de o Reino Unido deixar Portugal de fora da lista de países com corredor aéreo aberto para o país, avançou o Ministério dos Negócios Estrangeiros ao Negócios.

26 de Junho de 2020 às 15:59
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O Governo português não vai tomar qualquer posição acerca da possibilidade, noticiada pela imprensa britânica, de o Reino Unido deixar Portugal fora da lista inicial de países com os quais irá retomar pontes aéreas, ficando a aguardar pela posição oficial que será conhecida na próxima segunda-feira, segundo adiantou, ao Negócios, o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Esta quinta-feira, vários meios britânicos, entre os quais a BBC e o The Telegraph, noticiaram que o governo liderado por Boris Johnson deverá excluir Portugal da lista de países para onde os seus nacionais poderão viajar sem terem de ficar duas semanas de quarentena no regresso a território britânico.

O Telegraph escreve ainda que entre os países que deverão ficar incluídos na lista para a reabertura de ligações aéreas estão Itália e Espanha, precisamente os dois países europeus mais fustigados pela crise pandémica.

Esta notícia surge um dia depois de a Lusa ter citado um representante de mais de meio milhar de empresas turísticas britânicas que garantia que Portugal deveria constar dessa lista inicial dos 10 países que, a partir de 1 de julho, permitirá a reabertura de corredores aéreos entre o Reino Unido e esses mesmos estados.

Entretanto, o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, em declarações ao Expresso, disse acreditar que "vai imperar o bom senso" na relação bilateral Londres-Lisboa e que as autoridades britânicas acabarão por não deixar Portugal de fora.

O executivo conservador chefiado por Boris Johnson anuncia, na segunda-feira, quais as novas medidas que irão vigorar na nova fase de desconfinamento económico e social no Reino Unido.

Esta possibilidade hoje reiterada pela imprensa havia já sido avançada, na passada terça-feira, pelo The Times, que já então apontava como plausível que Portugal ficasse de fora da lista de 10 países devido ao agravamento da situação da pandemia, em especial como consequência do aumento de casos confirmados de covid-19 na região de Lisboa. Esta mesma justificação é referida pela BBC.

O Reino Unido vai, a partir de 4 de julho, abrir os primeiros "corredores de viagens", presumivelmente numa lista inicial de 10 países. Estes corredores significam que as pessoas que viagem entre dois países, em ambos os sentidos, não terão de se isolar durante 15 dias depois dessas viagens.

Somam-se os países que "desconfiam" de Portugal
Esta possível decisão britânica surge numa fase delicada para Portugal e o turismo, um dos setores mais afetados pelos efeitos do surto. É que são já vários os países a demonstrar temer o crescimento de contágios que vem sendo observado, em Portugal, ao longo das últimas semanas. 

Ainda esta quinta-feira foi a vez de a Noruega excluir Portugal da lista de países cujos cidadãos poderão entrar no país, uma decisão que as autoridades disseram ter decorrido da avaliação da situação epidemiológica e das restrições locais em vigor.

Todavia, antes já outros países europeus iniciaram processos de reabertura de pontes aéreas deixando Portugal de fora: Áustria, Bulgária, Chipre, Grécia, Dinamarca, República Checa e ainda os bálticos Estónia, Letónia e Lituânia.

Estes países abriram já corredores aéreos apesar de a União Europeia manter ainda restrições às viagens no espaço comunitário. Perante isso mesmo e o facto de excluírem Portugal, há uma semana o ministério tutelado por Augusto Santos Silva repetiu a ameaça de que o país se reserva ao direito da reciprocidade, ou seja, de responder com proporcionalidade àquelas decisões.

Já depois dessa nota do MNE, Santos Silva veio justificar o aumento de casos em Portugal com o elevado número de testes realizados: "Não podemos comparar o número de casos positivos sem ter em conta o número de testes que cada país realiza". Mas o ministro foi mais longe, sugerindo que se estão a comparar países que têm sido transparentes na divulgação dos números sobre a pandemia com estado onde essa transparência não é uma realidade. 

"O que estamos a fazer é dizer aos parceiros europeus: atenção, devemos comparar as situações epidemiológicas dos Estados-membros, mas devemos comparar com verdade e de forma sistemática", afirmou. 

Ao final desta manhã, o MNE viu-se obrigado a desmentir uma notícia do El País e a pedir ao diário espanhol que se retrate pela informação errada avançada. O El País escreveu que "Portugal ordena o confinamento de 3 milhões de lisboetas" sobre as decisões ontem anunciadas pelo Governo português.

Também esta sexta-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, reconheceu que o país está "a ter dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão" do novo coronavírus.

(Notícia atualizada)

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