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Rui Rio sugere militar para coordenar task force da vacinação

O líder do PSD defendeu esta quarta-feira a nomeação de um militar para coordenar a 'task force' do plano de vacinação contra a covid-19, em substituição de Francisco Ramos, que se demitiu hoje à tarde, por se tratar de uma operação logística.

Rio diz que entendimento é regional mas reafirma que se o Chega se moderar poderá haver acordo nacional.
José Coelho/Lusa
03 de Fevereiro de 2021 às 18:58
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"Uma das possibilidades que temos era pedir o apoio das Forças Armadas ou do Exército, que têm formação nesta área" de logística, afirmou Rui Rio num comentário à demissão de Francisco Ramos, hoje conhecida.

Apesar de "não dizer que há males que vêm por bem", com a demissão do ex-secretário de Estado da Saúde, Rio considerou que "as coisas não estão a correr bem" e esta é uma "possibilidade de encontrar uma pessoa com o perfil adequado".

"O dr. Francisco Ramos é da área da saúde, mas nós aqui precisamos de pessoas da área da logística, que tenham capacidade de planear uma distribuição em grande escala", insistiu.

Para o líder dos sociais-democratas, o que não está a correr bem é o ritmo a que está a ser feita a vacinação, dado que, afirmou, deveriam estar a ser vacinadas uma média de 50 mil pessoas por dia e essa média estará, nas suas contas, nas "10 mil pessoas dias".

O que quer dizer que, para recuperar destes números, poderá ser necessário, nos meses seguintes, ter de vacinar 80 mil pessoas por dia, questionando Rui Rio se "há espaços e pessoas" para vacinar este número de pessoas.

O presidente do PSD dramatizou os riscos de um falhanço deste plano de vacinação contra a covid-19.

"Vacina é um dos bens mais importantes e escassos em Portugal e é vital para a saúde e absolutamente vital para a economia" e é preciso cumprir as metas definidas no plano.

Se não se conseguir o objetivo de vacinar "70% da população adulta até ao fim de junho" então o efeito é assim descrito por Rui Rio: "Estragamos o verão e estragamos um setor vital para a economia nacional."

O presidente social-democrata foi curto nos comentários à demissão propriamente dita de Francisco Ramos de coordenador do plano de vacinação, dado que invocou "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva".

"Há aqui uma coisa que é estranha... Ele demite-se porque detetou irregularidades na Cruz Vermelha. Então demitia-se da Cruz Vermelha e não da 'task force'", resumiu.

O coordenador da 'task force' para o Plano de Vacinação contra a covid-19 em Portugal, Francisco Ramos, demitiu-se do cargo, anunciou hoje o Ministério da Saúde.

Em comunicado, o Ministério esclareceu que a demissão de Francisco Ramos decorre de "irregularidades detetadas pelo próprio no processo de seleção de profissionais de saúde no Hospital da Cruz Vermelha Portuguesa, do qual é presidente da comissão executiva".

Numa declaração enviada às redações, Francisco Ramos acrescentou que as irregularidades diziam respeito ao processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde daquele hospital.

O Ministério da Saúde indicou que o funcionamento da `task force´ "mantém-se assegurado pelos restantes membros do núcleo de coordenação", composto por elementos do Ministério da Defesa Nacional, Ministério da Administração Interna, Direção-Geral da Saúde e Autoridade Nacional do Medicamento.

A demissão ocorre numa altura em que são públicas diversas situações de vacinação indevida de várias pessoas em várias regiões do país e no dia em que arranca a vacinação em centros de saúde de idosos com 80 ou mais anos e de pessoas com mais de 50 anos com doenças associadas, numa fase que abrange cerca de 900 mil portugueses.
 
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