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Portugueses recebem menos 344 euros por mês e rejeitam ir de férias para sul
Com quatro em cada 10 a reportar quebra de rendimentos superior a 500 euros por mês, a maioria dos portugueses não tenciona ir a restaurantes ou a “shoppings”, nem mesmo à praia, revela um inquérito a perto de 12 mil pessoas realizado este mês.
Com a pandemia da covid-19, a grande maioria dos portugueses viu os seus rendimentos diminuírem face aos anos anteriores.
Mais de 40% garante que tem quebras mensais superiores a 500 euros, havendo mesmo 5,4% que reporta perdas superiores a 2.500 euros, enquanto 10,2% aponta para uma redução de entre 250 e 500 euros, havendo quase 30% que admite uma queda mensal inferior a 250 euros.
Feitas as contas, a média da quebra dos rendimentos dos portugueses ronda os 344 euros mensais, revela um inquérito a 11.800 pessoas, realizado entre 6 e 26 de junho pela plataforma de contratação de serviços locais Fixando.
Os inquiridos justificam esta quebra de rendimentos às consequências diretas da pandemia: despedimentos (29,1%), layoff (17,3%), obrigatoriedade de paragem de atividade (17,6%) e quebra na procura no ramo de trabalho (17%).
Cerca de 80% exclui possibilidade de ir de férias para sul em 2020, em particular Algarve e Costa Vicentina, mas o estudo indica ainda que, em julho, 51,5% não considera ir à praia, 64% não considera ir a um centro comercial e 66,6% não tenciona colocar o pé num restaurante.
Face à profunda crise provocada pela covid-19, um em cada quatro portugueses (24,4%) afirma já ter reduzido gastos, estando mesmo a poupar dinheiro: 61% deixou de frequentar restaurantes, 53% já não compra roupa nem sapatos, 48% não sai à noite e 36% deixou de frequentar ginásios.
Relativamente aos receios para o futuro, destacam-se a perda de rendimentos (45%), a incerteza quanto ao futuro (45%), contrair covid-19 (41%), ficar sem emprego (24%) e contagiar terceiros (23%).
"Estes resultados vão ao encontro ao que assistimos no comportamento dos portugueses na nossa plataforma, ou seja, os consumidores têm recorrido mais a serviços de apoio ao lar enquanto os profissionais desempregados adaptam-se a novas áreas de negócio, como os serviços de entrega", realça Alice Nunes, diretora de Desenvolvimento de Negócio da Fixando.