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Portugueses defendem regresso do público aos estádios de futebol

Sondagem de Outubro da Intercampus revela que mais de 56% dos portugueses vê com bons olhos a presença de espetadores nos estádios de futebol.

É provável que os jogos de futebol sejam suspensos ou então realizados à porta fechada.
Cátia Barbosa
24 de Outubro de 2020 às 09:00
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Uma sondagem da Intercampus para o Negócios e CM/CMTV indica que mais de 56% dos portugueses aprova o regresso do público aos estádios de futebol, perante o sucesso que têm tido os testes-piloto promovidos pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e pela UEFA. O primeiro jogo de futebol profissional com público nos estádios, em Portugal, foi o empate a zeros entre o Santa Clara e o Gil-Vicente, no dia 3 de Outubro. Desde então, as autoridades têm permitido a presença limitada de espetadores noutras partidas, como aconteceu nos embates que opuseram a seleção portuguesa à espanhola e à sueca.

O apoio da maioria dos portugueses tem sido decisivo para a LPFP, que tem já delineado um plano de três fases para a retoma dos jogos com público. A primeira parte da equação avançou com o jogo nos Açores entre o Santa Clara e o Gil-Vicente, onde foi permitida uma assistência de 1.000 pessoas (10% da capacidade do estádio). O patamar seguinte da estratégia prevê que as arenas desportivas possam albergar 2.500 adeptos, numa lotação inferior a 20% da sua capacidade. A terceira e última fase contempla que 5.000 adeptos possam deslocar-se aos estádios, desde que não seja ultrapassada uma ocupação de 30% do recinto.


Mas há quem não partilhe da visão da LPFP. De acordo com a sondagem da Intercampus, 36% da população opõe-se a que os estádios de futebol recebam adeptos, numa altura em que os casos diários de infeção, em Portugal, estão a disparar, ultrapassando pela primeira vez a barreira das 3.000 infeções na passada quinta-feira.


Foi precisamente a evolução epidemiológica da covid-19 na Alemanha que levou o Executivo de Berlim a estender a proibição de público nos estádios até ao final de 2020. A medida foi decretada no final de Agosto, depois de os alemães terem sido dos primeiros a colocar a hipótese. Horst Seehofer, ministro do Interior e responsável pela pasta do Desporto, chegou a admitir que a proposta da Liga Alemã de Futebol para a presença de público nos estádios era viável, mas o Governo optou por não avançar com a medida, considerando que os eventos "são particularmente propícios à propagação do vírus".


Para a Dinamarca e a Sérvia, o problema não está nos recintos desportivos, e o regresso do público aos estádios foi permitido ainda em Junho, embora com abordagens bastante diferentes. O Governo de Copenhaga começou por autorizar que algumas centenas de pessoas assistissem às meias-finais da Taça da Dinamarca entre Sonderjyske e Horsens e entre Aalborg e Aarhus. Já Belgrado reabriu pela primeira vez as portas dos estádios aos adeptos, sem quaisquer restrições, no dérbi entre o Partizan e o Estrela Vermelha, o que levou cerca de 25 mil pessoas à arena do Partizan. As imagens da partida mostram que houve excessos, como o não cumprimento das distâncias mínimas de segurança ou a utilização de tochas.


Quanto às competições europeias, o primeiro jogo da UEFA com público foi a supertaça erupeia, que viu o vencedor da Liga dos Campeões, Bayern de Munique, impor-se por 2-1 ao Sevilha, campeão da Liga Europa.

Ficha técnica


Universo: População portuguesa, com 18 e mais anos de idade, eleitoralmente recenseada, residente em Portugal Continental. Amostra: A amostra é constituída por 609 entrevistas, com a seguinte distribuição proporcional por Sexo (291 homens e 318 mulheres), por idade (134 entre os 18 e os 34 anos; 219 entre os 35 e os 54 anos; e 256 com mais de 55 anos) e região (232 no Norte, 143 no Centro, 163 em Lisboa, 45 no Alentejo e 26 no Algarve). Seleção da amostra: A seleção do lar fez-se através da geração aleatória de números de telefone fixo / móvel. No lar a seleção do respondente foi realizada através do método de quotas de género e idade (3 grupos). Foi elaborada uma matriz de quotas por Região (NUTSII), Género e Idade, com base nos dados do Recenseamento Eleitoral da População Portuguesa (31/12/2016) da Direção Geral da Administração Interna (DGAI). Recolha da Informação: A informação foi recolhida através de entrevista telefónica, em total privacidade, através do sistema CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing). Estiveram envolvidos 31 entrevistadores, devidamente treinados para o efeito, sob a supervisão dos técnicos responsáveis pelo estudo. Os trabalhos de campo decorreram de 6 a 11 de outubro. Margem de Erro: O erro máximo de amostragem deste estudo, para um intervalo de confiança de 95%, é de ± 4,0%. Taxa de Resposta: A taxa de resposta obtida neste estudo foi de: 62,9%. 

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