Notícia
Pandemia levou Itália a recorde anual de mortes desde a II Guerra Mundial
A Itália foi um dos países mais atingidos pela pandemia da covid-19, em particular na primeira vaga. O país registou mais de 75 mil vítimas mortais da doença no ano passado. A situação está outra vez a deteriorar-se e já soma quase 25 mil óbitos por covid este ano.
Itália registou no ano passado um total de 746.146 mortes por todas as causas, um valor que não se registava no país desde a II Guerra Mundial, indicou sexta-feira o instituto nacional de estatística italiano (Istat).
Segundo o Istat, face à média dos cinco anos anteriores, registou-se um excesso de mais de uma centena de milhar de óbitos (100.526), o que representa 15,6% de mortalidade excessiva. Entre as mortes em excesso, a covid é responsável por três em cada quatro óbitos (75,5%). Já no total de óbitos do ano, as mortes pela doença representam cerca de 10,2%.
O Istat detalha, para medir o impacto da pandemia na mortalidade, os números entre março e dezembro - o primeiro óbito por covid-19 no país ocorreu na última semana de fevereiro - e indica que se registaram 108.178 mortes em excesso face à média entre 2015 e 2019, ou seja, 21% de mortalidade excessiva.
Os dados mostram ainda que, como sucede na generalidade dos países, a pandemia teve um efeito mais devastador entre a população mais idosa.
No ano passado morreram em Itália 486.255 pessoas com 80 ou mais anos, mais 76.708 do que a média dos cinco anos anteriores e que representam 76,3% da mortalidade excessiva observada no país.
No escalão etário dos 65 aos 79 anos as mortes totalizaram 184.708, mais 20 mil do que a média. Este escalão explica outros 20% do excesso de mortalidade.
Impacto na mortalidade prolonga-se em 2021
O Istat refere ainda que o efeito da segunda vaga da pandemia continua a fazer se sentir este ano. Em janeiro, refere, são estimados 70.538 mortes, mais dois mil do que a média para igual mês entre 2015 e 2019 e mais 8.500 do que em janeiro do ano passado.
Em janeiro, Itália registou 12.527 mortes por covid-19, um valor superior ao excesso de mortalidade.
O Istat explica estes números como sendo "provavelmente atribuíveis à redução face a 2020 da mortalidade por causas não-covid, nomeadamente a menor incidência da gripe sazonal, devido ao distanciamento social e medidas de higiene".
Itália com excesso de mortalidade superior ao de Portugal
O relatório faz ainda uma comparação com outros países no excesso da mortalidade desde o início da pandemia.
Socorrendo-se dos dados do Eurostat, gabinete estatístico da União Europeia, o Istat assinala que o excesso de mortalidade a partir de março e até final de 2020 em Itália foi de 20,4% face ao quadriénio 2016-2019 - o período de base é de quatro anos nos dados do Eurostat em vez de cinco.
Esse valor coloca Itália abaixo de países como Espanha (23,6%), Polónia (23,2%) e Bélgica (20,8%).
Entre os países com um excesso de mortalidade inferior ao de Itália conta-se Portugal (13,9%). Também abaixo do número de Itália surgem a Alemanha (7%), França (13,2%) e Holanda (14,7%).
O Istat subinha que as diferenças entre os países refletem, em parte, a velocidade de propagação na primeira vaga da pandemia e as medidas de confinamento adotadas, mas também as diferenças ao nível da estrutura etária da população, sendo que Itália, tal como Portugal, são dos países europeus com uma população mais envelhecida.
Segundo o Istat, face à média dos cinco anos anteriores, registou-se um excesso de mais de uma centena de milhar de óbitos (100.526), o que representa 15,6% de mortalidade excessiva. Entre as mortes em excesso, a covid é responsável por três em cada quatro óbitos (75,5%). Já no total de óbitos do ano, as mortes pela doença representam cerca de 10,2%.
Os dados mostram ainda que, como sucede na generalidade dos países, a pandemia teve um efeito mais devastador entre a população mais idosa.
No ano passado morreram em Itália 486.255 pessoas com 80 ou mais anos, mais 76.708 do que a média dos cinco anos anteriores e que representam 76,3% da mortalidade excessiva observada no país.
No escalão etário dos 65 aos 79 anos as mortes totalizaram 184.708, mais 20 mil do que a média. Este escalão explica outros 20% do excesso de mortalidade.
Impacto na mortalidade prolonga-se em 2021
O Istat refere ainda que o efeito da segunda vaga da pandemia continua a fazer se sentir este ano. Em janeiro, refere, são estimados 70.538 mortes, mais dois mil do que a média para igual mês entre 2015 e 2019 e mais 8.500 do que em janeiro do ano passado.
Em janeiro, Itália registou 12.527 mortes por covid-19, um valor superior ao excesso de mortalidade.
O Istat explica estes números como sendo "provavelmente atribuíveis à redução face a 2020 da mortalidade por causas não-covid, nomeadamente a menor incidência da gripe sazonal, devido ao distanciamento social e medidas de higiene".
Itália com excesso de mortalidade superior ao de Portugal
O relatório faz ainda uma comparação com outros países no excesso da mortalidade desde o início da pandemia.
Socorrendo-se dos dados do Eurostat, gabinete estatístico da União Europeia, o Istat assinala que o excesso de mortalidade a partir de março e até final de 2020 em Itália foi de 20,4% face ao quadriénio 2016-2019 - o período de base é de quatro anos nos dados do Eurostat em vez de cinco.
Esse valor coloca Itália abaixo de países como Espanha (23,6%), Polónia (23,2%) e Bélgica (20,8%).
Entre os países com um excesso de mortalidade inferior ao de Itália conta-se Portugal (13,9%). Também abaixo do número de Itália surgem a Alemanha (7%), França (13,2%) e Holanda (14,7%).
O Istat subinha que as diferenças entre os países refletem, em parte, a velocidade de propagação na primeira vaga da pandemia e as medidas de confinamento adotadas, mas também as diferenças ao nível da estrutura etária da população, sendo que Itália, tal como Portugal, são dos países europeus com uma população mais envelhecida.