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Pandemia já matou tanto em janeiro em Portugal como nos primeiros oito meses

Em apenas 19 dias, janeiro superou os máximos mensais de novos casos e de óbitos por covid-19 registados em novembro e dezembro, respetivamente. Os internamentos quase duplicaram desde o início do ano e os casos ativos representam 1,4% da população.

Mário Cruz/Lusa
20 de Janeiro de 2021 às 21:34
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Ao fim de 19 dias - os dados divulgados esta quarta-feira pela DGS reportam-se a 19 de janeiro - o primeiro mês de 2021 já é aquele com mais novos casos e mais vítimas mortais da covid-19 desde o início da pandemia.

Nos primeiros 19 dias do ano morreram 2.493 pessoas devido à doença, mais do que os 2.395 óbitos registados em todo o mês de dezembro, até agora o mais letal.

Mais. As mortes entre 1 e 19 de janeiro são quase tantas como as 2.544 vítimas mortais registadas nos primeiros oito meses da pandemia - de março a outubro.

Lisboa e Vale do Tejo, com 1.015 óbitos, superou pela primeira vez a barreira de um milhar de mortes num mês. O anterior máximo mensal na região ocorreu em dezembro, quando foram reportadas 792 vítimas mortais.

No Norte, contudo, os 644 óbitos de janeiro ainda ficam muito abaixo dos 1.051 registados em todo o mês de novembro.

Nas restantes regiões, com exceção dos Açores, os primeiros 19 dias de 2021 representam já recordes de vítimas mortais da doença num mês. No Centro são 533 os óbitos registados, mais 110 do que o recorde de dezembro. No Alentejo as 226 mortes mais do que duplicam o máximo de dezembro e no Algarve os 60 óbitos são quase o triplo das 23 mortes observadas em novembro, até agora o pior mês na região. Na Madeira, os 15 óbitos superam os 12 de dezembro e representam mais de metade das 29 vítimas mortais da pandemia.


Janeiro também já é o mês com mais casos

Desde o início do ano, Portugal regista 160.976 novos infetados pelo coronavírus, superando os 156.121 contágios detetados em todo o mês de novembro e que eram, até agora, um máximo mensal.

Apenas no Norte janeiro não é o mês com mais casos. Os 53.675 contágios reportados naquela região entre 1 e 19 de janeiro ficam ainda significativamente abaixo dos quase 93 mil novos casos detetados em novembro, quando o Norte foi responsável por 59,5% das infeções no país.

Nas restantes regiões, contudo, a pandemia pulveriza os anteriores máximos mensais. Em Lisboa e Vale do Tejo são já 61.441 novos casos, quando o anterior recorde num mês era de menos de 39 mil, em novembro. No Centro são 29.758 infetados contra o máximo de cerca de 19 mil registado em dezembro.

O Alentejo, por seu turno, soma já 8.161 novas infeções, mais três mil do que o recorde de dezembro, e no Algarve os 5.459 casos mais do que duplicam o máximo do último mês de 2020. Nos Açores e na Madeira, com 1.208 e 1.274 novos casos, respetivamente, foi superada pela primeira vez a fasquia dos mil casos num mês.


Internamentos quase duplicam desde início do ano

O forte aumento na propagação da pandemia reflete-se também na pressão adicional sobre o SNS. Em apenas 19 dias, o número de doentes internados quase duplicou, passando dos 2.806 a 31 de dezembro para os atuais 5.493, uma subida de 95,7%.

Dentro dos internamentos, também os pacientes em situação mais grave, que se encontram nas Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) aumentaram, embora a menor ritmo. Atualmente estão nestas unidades 681 pessoas, mais 199, ou 41,3% do que a 31 de dezembro.

Já os casos ativos, que abatem ao total de casos acumulados os doentes recuperados e os óbitos, atingiu um novo máximo a 19 de janeiro: 143.776.

Este número significa que atualmente pelo menos 1,4% da população está infetada. Dito de outra forma, um em cada 71 portugueses está neste momento infetado.
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