Notícia
Operadores saldaram fatura de março dos direitos televisivos
O presidente da Federação de Futebol agradeceu aos operadores terem decidido “cumprir com o que foi estabelecido”. A Meo desmente atrasos nos pagamentos e deixa o recado que até já pagou por jogos não realizados.
Com as competições desportivas paradas por tempo indeterminado, surgiram dúvidas quanto ao pagamento dos milionários contratos de direitos televisivos assinados entre os clubes de futebol e as operadoras de telecomunicações, como noticiou o Record. Os valores do mês de março foram saldados, como confirmou o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, numa nota publicada no site da entidade. Mas e o mês de abril?
Os direitos televisivos do campeonato nacional passaram para as mãos das operadoras há cerca de cinco anos, depois de a Nos e Meo terem iniciado uma batalha pelos conteúdos desportivos, que até à data eram dominados pela PPTV, empresa de Joaquim Oliveira.
A atual situação de pandemia deixou o mundo em "stand by", e o futebol não foi exceção com praticamente todos os campeonatos suspensos por tempo indeterminado.
"A situação que o mundo enfrenta põe à prova o melhor de cada um de nós. São momentos que nenhum ser humano julgou algum dia enfrentar e que desafiam também a normal atividade das organizações que lideramos. O futebol não é – não podia ser – exceção. São notórias as dificuldades de um setor que contempla, quase impotente, o vazio das bancadas. Ali, onde antes havia alegria e vibração, hoje resta o silêncio", lamenta Fernando Gomes, na mesma nota publicada no site da Federação.
E é por estes mesmo motivos que o responsável agradece aos operadores terem "cumprido com o que foi estabelecido". "Acreditem que a decisão agora tomada por Altice, Nos, Vodafone e SportTV é fundamental para os clubes do futebol profissional em Portugal. É, também, um passo importante para que possamos conseguir um ponto de equilíbrio que muito ajudará a ultrapassar uma crise inesperada. Enquanto responsável pela Federação Portuguesa de Futebol, estejam certos de que não o esquecerei", apontou.
Fernando Gomes não detalha, porém, quais os prazos englobados nesta decisão dos operadores relativa ao pagamento dos direitos televisivos e patrocínios aos clubes de futebol.
De acordo com informações recolhidas pelo Negócios, os contratos assinados entre as partes têm uma cláusula que permite a suspensão deste pagamento caso não haja jogos. Uma opção que poderá vir a ser analisada por pelo menos alguns dos operadores dependendo do tempo que o campeonato fique suspenso. Mas ainda não estará tomada nenhuma decisão, segundo as mesmas fontes.
Ao Negócios, em reação às noticias de quinta-feira que davam conta que teria pagamentos em atraso, a Altice Portugal garantiu que "não só tem todos os pagamentos regularizados junto dos clubes patrocinados, como muitos destes receberam o adiantamento de valores, se considerarmos a execução dos contratos versus os jogos efetivamente realizados, ou mesmo o decorrer do calendário, podendo pois considerar-se que houve já lugar a pagamentos referentes a jogos não realizados".
E aproveita para lamentar que "durante todo o processo de decisão de suspensão de jogos das Ligas de futebol, nunca ter sido ouvida e muito menos notificada, ou seja, nunca fomos lembrados ou envolvidos em todo o processo, apesar de sermos agora reconhecidamente uma parte importante deste ecossistema".