Notícia
Nova estirpe detetada na Índia pode estar a causar aumento dos casos no país
A nova variante tem duas mutações detetadas anteriormente nas variantes de África do Sul, Manaus e Califórnia, o que a pode tornar mais perigosa. Mas para já, as autoridades não conseguiram ainda atribuir-lhe o aumento de casos no país.
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22 de Abril de 2021 às 12:37
Foi recentemente descoberta na Índia uma nova variante da covid-19, suspeita de ter contribuído para o aumento recente do número de infetados no país. A nova estirpe ainda não foi classificada como "variante de preocupação", mas apresenta duas mutações antes observadas nas estirpes de Manaus, África do Sul e Califórnia.
Foi descoberta primeiro na Índia e batizada de B.1.617, e desde então já foi sequenciada em pelo menos 10 países, como o Reino Unido, Nova Zelândia, Estados Unidos e na Austrália, segundo a Al Jazeera.
Como com todas as novas variantes, a principal preocupação dos especialistas são as mutações que o vírus desenvolveu. Nesse capítulo, a variante indiana tem uma particularidade - é uma dupla mutante. No seu código genético encerram-se duas mutações já conhecidas dos virologistas, a L 452R - conhecida por reduzir a eficácia de anticorpos até 50% e primeiro notada na variante da Califórnia -, e a E484Q, comum às variantes de Manaus e África so Sul e conhecida por aumentar a transmissibilidade do vírus, também segundo o órgão oriental.
Na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa, Maria Van Kerkhove, chefe técnica da Organização Mundial da Saúde admitiu que uma estirpe que tenha "duas destas mutações, que foram identificadas noutras variantes noutras zonas do mundo é preocupante", e que, por isso, a OMS "está a investigá-la".
Para já, é ainda impossível confirmar se a esta variantes está diretamente relacionada com o aumento de casos exponencial na Índia, uma vez que é necessário sequenciar mais amostras desta estirpe. Mas os primeiros estudos estimam que seja responsável por 70% dos casos relatados no país, tendo os primeiros sido detetados em Maharashtra e Bengala Ocidental.
Situação na Índia é preocupante
Entretanto, a situação na Índia tem-se tornado cada vez mais preocupante, uma vez que o país apresenta um novo pico de infeções ainda em crescimento. Numa média a sete dias, a Índia apresentava já no dia 21 deste mês segundo o site Our World In Data (OWID) 192,15 casos por milhão de habitantes.
À primeira vista, o número não aprece preocupante. Mas há que considerar que este é um país onde a testagem não chega a toda a gente, e onde a densidade populacional e os maus hábitos de higiene nas grandes cidades (como a cerimónia religiosa que se tem vindo a desenrolar nos últimos dias em Nova Deli e que levou milhares a banharem-se no Rio Ganges, indiferentes ao vírus) são um catalisador dos contágios. Já a evolução do indicador é preocupante, que aumentou 12 casos, em média, por milhão de habitantes em apenas um dia.
Outros indicadores, contudo, espelham um cenário mais pessimista. É o caso da percentagem positiva de testes de antigénio realizados, um indicador comummente utilizado para perceber a infeção na população, que é de 16% neste país. O valor recomendado pela OMS para conter a pandemia é de 4%.
É também o caso do número mais recente de casos confirmados num dia, que excedeu no dia 21 os 300 mil diagnósticos de Covid-19, segundo o OWID.
Já o jornal Observador dá conta de um aumento no número de mortes no país, que levou a torre de um crematório em Ahmedabad a colapsar depois de trabalhar 20 horas por dia ao longo de duas semanas. Já na cidade de Lucknow, num crematório dedicado aos que morreram por Covid-19, foram cremados o dobro dos corpos face ao número oficial de mortos por covid-19, em seis dias deste mês.
Foi descoberta primeiro na Índia e batizada de B.1.617, e desde então já foi sequenciada em pelo menos 10 países, como o Reino Unido, Nova Zelândia, Estados Unidos e na Austrália, segundo a Al Jazeera.
Na sexta-feira, durante uma conferência de imprensa, Maria Van Kerkhove, chefe técnica da Organização Mundial da Saúde admitiu que uma estirpe que tenha "duas destas mutações, que foram identificadas noutras variantes noutras zonas do mundo é preocupante", e que, por isso, a OMS "está a investigá-la".
Para já, é ainda impossível confirmar se a esta variantes está diretamente relacionada com o aumento de casos exponencial na Índia, uma vez que é necessário sequenciar mais amostras desta estirpe. Mas os primeiros estudos estimam que seja responsável por 70% dos casos relatados no país, tendo os primeiros sido detetados em Maharashtra e Bengala Ocidental.
Situação na Índia é preocupante
Entretanto, a situação na Índia tem-se tornado cada vez mais preocupante, uma vez que o país apresenta um novo pico de infeções ainda em crescimento. Numa média a sete dias, a Índia apresentava já no dia 21 deste mês segundo o site Our World In Data (OWID) 192,15 casos por milhão de habitantes.
À primeira vista, o número não aprece preocupante. Mas há que considerar que este é um país onde a testagem não chega a toda a gente, e onde a densidade populacional e os maus hábitos de higiene nas grandes cidades (como a cerimónia religiosa que se tem vindo a desenrolar nos últimos dias em Nova Deli e que levou milhares a banharem-se no Rio Ganges, indiferentes ao vírus) são um catalisador dos contágios. Já a evolução do indicador é preocupante, que aumentou 12 casos, em média, por milhão de habitantes em apenas um dia.
Outros indicadores, contudo, espelham um cenário mais pessimista. É o caso da percentagem positiva de testes de antigénio realizados, um indicador comummente utilizado para perceber a infeção na população, que é de 16% neste país. O valor recomendado pela OMS para conter a pandemia é de 4%.
É também o caso do número mais recente de casos confirmados num dia, que excedeu no dia 21 os 300 mil diagnósticos de Covid-19, segundo o OWID.
Já o jornal Observador dá conta de um aumento no número de mortes no país, que levou a torre de um crematório em Ahmedabad a colapsar depois de trabalhar 20 horas por dia ao longo de duas semanas. Já na cidade de Lucknow, num crematório dedicado aos que morreram por Covid-19, foram cremados o dobro dos corpos face ao número oficial de mortos por covid-19, em seis dias deste mês.