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Marta Temido: "O distanciamento social serve de pouco se cada um de nós não se disciplinar"

A ministra da Saúde, Marta Temido, reforçou as regras a implementar nas residências e lares de idosos. "Continuamos a estimar um número muito elevado de infeção por covid-19", sublinhou.

Lusa
29 de Março de 2020 às 14:16
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"O distanciamento social serve de pouco se o comportamento de cada um de nós não se disciplinar", frisou este domingo a ministra da Saúde, Marta Temido, na conferência diária para comunicar o ponto de situação da epidemia de covid-19 em Portugal. A governante avisou que as autoridades continuam a estimar "um número muito elevado" de doentes com o novo coronavírus e reforçou as medidas que devem ser aplicadas pelas residências para idosos.

Marta Temido pediu a todas as direções técnicas destes estabelecimentos - um dos principais pontos de preocupação nesta epidemia, dada a facilidade do contágio e a maior vulnerabilidade dos idosos - que estudem as indicações da Direção-geral de Saúde, e recordou algumas delas: as camas, cadeirões e cadeiras dos utentes devem estar pelo menos a uma distância de 1,5 metros umas das outras; os espaços comuns devem ser utilizados por turnos para permitir a distância de segurança; a circulação dos utentes deve ser limitada; e os trabalhadores destas estruturas devem ser organizados por equipas, sem contacto entre si, que prestam assistência dedicada a alas ou quartos, em vez de assistirem a todos os utentes. 

As residências de idosos devem também permitir isolar qualquer caso suspeito e devem ter máximo cuidado com a higienização dos espaços, objetos e superfícies.

Marta Temido reconheceu que algumas estruturas podem não ter condições para permitir o isolamento de casos suspeitos ou confirmados da doença, mas nesse caso "têm de encontrar espaços alternativos", reforçou, apelando a possíveis voluntários que entrem em contacto com o Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

Testar não serve para descansar quem teve resultado negativo

"Não fiquemos com a falsa segurança de que um teste negativo nos dispensa das atitudes que temos de tomar", pediu Graça Freitas, diretora-geral de Saúde. O reforço do número de testes realizados tem vindo a ser um dos pontos fundamentais nos últimos dias. A responsável da DGS sublinhou a importância de continuar a testar "com critérios" e alertou para os riscos de uma interpretação precipitada dos resultados. 

"Testar numa fase muito precoce serve para identificar um precocemente um caso positivo, mas não serve para descansar os negativos", explicou. Ou seja, os resultados dos testes têm de ser interpretados com cuidado e não devem servir para reduzir as medidas de precaução. Até porque quem testou negativo num dia, "pode não estar dali por dois ou três dias", avisou Graça Freitas. "Os resultados negativos podem dar uma falsa segurança e fazer relaxar o que disse a ministra", reforçou.

Graça Freitas avisou ainda que o pico da doença, que continua previsto para o final de Maio, pode na verdade não ser um pico, "mas sim um planalto". "É provável que seja um planalto, podemos andar muitos dias nessa situação", admitiu. 

Quando ao estabelecimento de cordões sanitários, sobretudo para isolar a zona norte do país, Marta Temido não afastou por completo a ideia, mas indicou que por enquanto o Governo não considera necessário. "
As medidas de saúde pública devem ser sempre proporcionais e em função das circunstâncias. A ponderação é permanente e está a ser feita e terá consequências se houver necessidade", prometeu a ministra.

O boletim informativo deste domingo dá conta de 5.962 doentes de covid-19 em Portugal e de 119 mortes, à qual se soma a de uma criança de 14 anos, que decorreu durante a noite, informou a ministra. 

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