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Homem mais rico da Rússia quer exportar medicamento para a covid-19

Uma farmacêutica que pertence ao homem mais rico da Rússia, Vladimir Potanin, espera que o seu medicamento para a covid-19, desenvolvido no país, possa ajudar a empresa a entrar em mercados de exportação altamente rentáveis.

29 de Novembro de 2020 às 15:00
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O medicamento polioxidónio, desenvolvido pela NPO Petrovax Pharm, é usado para infeções respiratórias causadas por vírus e como reforço de vacinas. O fármaco está a passar por testes de fase 3 em pacientes com covid-19 na Rússia e brevemente irá expandor os ensaios para a Eslováquia, segundo anunciou o presidente da empresa, Mikhail Tsyferov, em entrevista.

Os resultados preliminares do ensaio são esperados para fevereiro e serão publicados em revistas científicas, de acordo com Tsyferov. "Esta é a nossa passagem para os mercados de exportação", afirmou.

A Rússia, com o quinto maior número de casos de covid-19 do mundo, enfrenta uma segunda vaga da pandemia que ameaça sobrecarregar o sistema hospitalar.

Até ao momento, não há medicamentos para tratar a covid-19, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. Na semana passada, o órgão desaconselhou o uso do antiviral remdesivir, da Gilead Sciences, um dos medicamentos administrados ao presidente dos EUA, Donald Trump, quando foi diagnosticado com a doença em outubro.

A abordagem para testar o polioxidónio - registado para uso desde 1996 para várias doenças na Rússia, em algumas ex-repúblicas da União Soviética e mais tarde na Eslováquia - difere da pressa do Kremlin em autorizar vacinas experimentais contra a covid-19 antes de serem totalmente examinadas.

Em agosto, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou que o país permitiria o uso generalizado de uma vacina para a covid-19 antes de os testes estabelecerem a sua segurança e eficácia. Uma segunda vacina em teste foi aprovada em outubro e é esperada uma terceira antes do final do ano.

 

O polioxidónio é um medicamento imunotrópico que ajuda a estimular o sistema imunológico. Pacientes com covid-19 podem ficar doentes porque os seus sistemas imunológicos não reagem o suficiente para os proteger do vírus, sugerindo que tal tratamento pode ajudar, de acordo com uma investigação de cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, publicada em agosto.

 

Testes clínicos com o medicamento para tratar a covid-19 começaram em abril e demonstraram que o fármaco não provoca uma resposta imunológica excessiva, disse Tsyferov. Segundo o presidente da farmacêutica, participam no teste russo 330 pacientes e a Petrovax espera incluir 25 pessoas num ensaio na Eslováquia aprovado pelas autoridades de saúde este mês. O estudo é realizado segundo os protocolos da OMS, de acordo com a Petrovax.

 

A Petrovax também realiza vários testes paralelos, inclusive para testar se o medicamento funciona como prevenção para os médicos que tratam o coronavírus. Um estudo recente incluiu 81 pessoas com casos moderados a graves de covid-19, sendo 80% com suporte de oxigénio, e não houve mortes, de acordo com Tsyferov.

Vacina da CanSino

Se o ensaio principal provar a sua eficácia, a Petrovax planeia registar o uso de polioxidónio para casos de covid-19 além da Rússia e Eslováquia. A Petrovax está em contacto com investigadores em Oxford e Munique, enquanto os seus especialistas sugeriram o pedido de registo na Alemanha, no Reino Unido e nos Estados Unidos. O trabalho de preparação dos pedidos já foi iniciado.

A empresa tem capacidade para produzir até 15 milhões de doses por ano e atualmente vende 2,5 milhões por ano.

A Petrovax, que tem um acordo para produzir localmente a vacina contra a covid-19 da CanSino Biologics, pretende investir mil milhões de rublos (cerca de 13 milhões de dólares) para aumentar a produção de vacinas.

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