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Governo confirma travagem no processo de desconfinamento. Lisboa recua e Porto em risco

Tendo em conta que o país se encontra agora "claramente na zona vermelha da matriz de risco", o Conselho de Ministros decidiu interromper o processo previsto de desconfinamento, prolongando a situação de calamidade até às 23:59 de 11 de julho". Como esperado, Lisboa recua no desconfinamento e o Porto fica agora em risco de andar para trás.

José Sena Goulão
24 de Junho de 2021 às 15:08
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Dada a "situação complexa e que exige a atenção de todos", o Governo decidiu travar no processo de desconfinamento, aliás, possibilidade já admitida como provável ao longo da última semana devido à degradação da situação pandémica no país. 

No final do Conselho de Ministros realizado esta quinta-feira, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, começou por anunciar a decisão de prolongamento da situação de calamidade, que vigorará no país até às 23:59 do próximo dia 11 de julho. 

A governante fez de seguida o balanço da situação observada no território continental, que se encontra "claramente na zona vermelha da matriz de risco, pelo que não existem condições de prosseguir o plano de desconfinamento que estava previsto". A fase seguinte prevista para o processo de abertura estava agendada para 28 de junho, portanto fica agora adiada. 

Vieira da Silva notou que em Portugal continental, a taxa de incidência da pandemia é agora de 129,6, enquanto o fator Rt se fixa em 1,18 (acima do limite de 1). "Isto significa que se ao longo de todo o processo de desconfinamento, durante os meses de abril, maio e parte de junho, foi sempre possível permanecer na zona verde ou na zona amarela [da matriz de risco], neste momento Portugal tem níveis de incidência preocupantes e não temos condições de avançar", detalhou a ministra. 

Deste modo, durante a última semana, registou-se um "crescimento de casos de 34%, um crescimento dos internamentos de 30% e dos internados em cuidados intensivos de cerca de 26%", prosseguiu Vieira da Silva, realçando, porém, que se está ainda "longe das linhas vermelhas" relativas à pressão sobre a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS). 


Em resumo, estes números indicam que a "situação é complexa e exige a atenção de todos", acrescentou a ministra da Presidência, para insistir que, tendo em conta verificar-se agora uma "situação mais grave, cabe-nos a todos procurar combatê-la". 

E se é certo que o processo de vacinação tem decorrido a bom ritmo, ainda que com os constrangimentos impostos pela entrega de vacinas ao país, Mariana Vieira da Silva precisou que atualmente há "mais de 700 mil pessoas com mais de 60 anos que ainda não têm vacinação completa", isto é, a quem falta receber a segunda dose da vacina, pelo que é "muito importante que este seja um período de controlo da pandemia". Trata-se de uma "luta contra o tempo, entre a vacinação e a progressão da doença", o que requer um "esforço suplementar neste momento", insistiu.

Lisboa faz marcha-atrás e Porto em risco de recuar
Como se previa, Lisboa vai recuar no desconfinamento, consequência de duas semanas consecutivas com mais de 240 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Há assim 28 concelhos que ficam para trás no desconfinamento, com Lisboa e Albufeira a recuarem para o patamar em que já se encontrava o município de Sesimbra (e que persiste no mesmo degrau).

Nestes três concelhos, a restauração e as lojas passa a ter de encerrar até às 15:30 durante os fins de semana, enquanto os supermercados são obrigados a fechar até às 19:00 aos fins de semana.

Os restantes 25 concelhos que ficam atrasados na reabertura, embora num nível de medidas menos restritivas do que os outros três, são: Alcochete, Almada, Amadora, Arruda dos Vinhos, Barreiro, Braga, Cascais, Grândola, Lagos, Loulé, Loures, Mafra, Moita, Montijo, Odemira, Odivelas, Oeiras, Palmela, Sardoal, Seixal, Setúbal, Sines, Sintra, Sobral de Monte Agraço, Vila Franca de Xira. 

Desta forma, todos os 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) passam a estar sujeitos ao teletrabalho obrigatório e com horários limitados durante a semana para a restauração e comércio. Lisboa e Sesimbra, contudo, estão com as regras mais severas. 

Este agravamento da situação na AML leva a que continue a vigorar a proibição de deslocações de e para esta região durante o fim de semana, embora seja permitida a circulação entre os concelhos da Área Metropolitana de Lisboa. O Governo, no entanto, permite que o perímetro da AML seja ultrapassado - quer em entradas quer em saídas - a quem tenha o certificado digital ou apresente um teste negativo à covid-19 (um teste PCR com no mínimo 72 horas ou um teste rápido com menos de 48 horas).

Já o Porto fica entre os 19 concelhos em situação de alerta, municípios em risco de recuarem no desconfinamento se, na próxima semana, voltarem a registar mais de 120 novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias (ou 240 no casos dos concelhos de baixa densidade populacional). Os 19 concelhos são: Alenquer, Avis, Castelo de Vide, Castro Daire, Chamusca, Constância, Faro, Lagoa, Mira, Olhão, Paredes de Coura, Portimão, Porto, Rio Maior, Santarém, São Brás de Alportel, Silves, Sousel e Torres Vedras. 


Os municípios que para a semana voltem a superar os 120 novos casos dão um passo atrás para o patamar em que Lisboa se encontrava atualmente, tornando-se novamente obrigatório o teletrabalho sempre que as funções em causa permitam, e ficando os estabelecimentos de restauração e os eventos culturais obrigados a encerrar portas até às 22:30, enquanto o comércio retalhista vê o funcionamento limitado até às 21:00.

(Notícia atualizada)

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