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França diz que "seria irresponsável" levantar ou aligeirar o confinamento para já

França renovou o confinamento durante pelo menos mais 15 dias, com o primeiro-ministro francês a considerar que seria irresponsabilidade não o fazer. Mas as medidas poderão aligeirar a partir de 1 de dezembro, para alguns estabelecimentos comerciais que tiveram de encerrar, se o ritmo de propagação continuar a abrandar.

Ludovic Marin / EPA
12 de Novembro de 2020 às 19:55
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Os primeiros efeitos do reconfinamento em França já estão a fazer-se sentir e são "coerentes", afirmou o primeiro-ministro, Jean Castex, no ponto de situação feito esta tarde, duas semanas após a entrada em vigor do novo "lockdown" no país.

 

Apesar dos progressos, as medidas vão ser mantidas durante pelo menos mais 15 dias, podendo haver a partir do início de dezembro um alívio de restrições "estritamente limitado" aos estabelecimentos comerciais que tiveram de fechar, isto se os dados sanitários assim o permitirem, anunciou Castex, citado pelo Le Monde.

 

Assim, a 1 de dezembro poderá haver algum aligeiramento das medidas, desde que a propagação do vírus continue a abrandar, sublinhou. Os estabelecimentos comerciais que poderão vir a beneficiar de um alívio das restrições não incluem aqueles que recebem público, como os bares, recintos desportivos e restaurantes.

 

Poderá ocorrer uma segunda fase de aligeiramento das medidas por altura das férias de Natal, para que os franceses "possam passar as festas de final do ano em família", mas a organização de grandes festejos de passagem de ano "não seria razoável", declarou.

Recorde-se que, com este reconfinamento parcial, está proibida a circulação entre regiões e os ajuntamentos públicos, os bares e restaurantes encerraram, as universidades estão a ministrar aulas online, e o teletrabalho, tal como em Portugal, é considerado preferencial quando possível. Além disso, o controlo nas fronteiras também foi apertado.

 

O primeiro-ministro francês pediu para "não se relaxar, mas sim reforçar" os esforços face ao confinamento, tendo apelado ao "civismo" para respeitar essas medidas.

 

Nos últimos sete dias, o número de novas infeções diminuiu 16%. A taxa de reprodução do vírus é neste momento inferior a 1, "entre 0,8 e 0,9", "mas o pico da segunda vaga poderá chegar no início da próxima semana", advertiu.

 

"Seria irresponsável levantar ou aligeirar o reconfinamento" neste momento, afirmou Jean Castex. Apesar do abrandamento na propagação das infeções, os internamentos em França já atingiram os 32.683, ultrapassando o pico de abril.

 

Um total de 4.803 camas de reanimação estão atualmente ocupadas, o que corresponde a 95% da capacidade do sistema hospitalar em período normal, mas já foram acrescentadas 1.360 camas nas duas últimas semanas. A capacidade poderá aumentar para 10.400 camas, "se necessário", disse o primeiro-ministro.

 

Castex indicou ainda ter pedido ao ministro do Interior um reforço dos controlos pelo respeito das regras. As deslocações entre o local de trabalho e o domicílio diminuíram em 22% face a setembro, indicou o chefe do governo. E o tráfego no metro parisiense caiu 55% no mesmo período.

 

Alemanha poderá só aliviar no final do inverno

 

Hoje também falou o ministro alemão da Saúde, Jens Spahn, que disse que as medidas de confinamento parcial em vigor não deverão ser levantadas antes do fim do inverno.

 

As medidas tomadas para travar a segunda vaga da epidemia só deverão ser aligeiradas no final do inverno, mesmo que o número de infeções diminua, apontou.

 

"Não prevejo eventos com mais de 10 ou 15 pessoas durante este inverno", disse Spahn em declarações na televisão.

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