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Especialistas pedem reabertura das creches e pré-escolar já no início de março

Em carta aberta, dezenas de pessoas, incluindo epidemiologistas, médicos, pediatras e psiquiatras pedem ao Governo que avance com a reabertura das escolas para os alunos mais pequenos e propõem medidas extra de proteção.

As escolas encerraram no dia 22 de janeiro, uma semana depois de o Governo ter dado ordem para o segundo confinamento geral.
André Guerreiro
23 de Fevereiro de 2021 às 09:15
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O pedido é para que "a escola, um serviço essencial, reabra rapidamente em moldes presenciais, com segurança e de forma contínua, começando pelos mais novos" e consta de uma carta aberta ao Governo assinada por um conjunto de "pais, professores, epidemiologistas, psiquiatras, pediatras e outros médicos, psicólogos, cientistas e profissionais de diferentes áreas", entre os quais surgem nomes como Pedro Simas, virulogista, Henrique Barros, epidemiologista, e Pedro Pita Barros, professor de Economia da Saúde. 


Na carta, divulgada esta terça-feira, defende-se a necessidade de "proteger a escola como um bem essencial" e alega-se que "é possível manter a pandemia sob controlo mantendo as escolas abertas, desde que com as devidas precauções", invocando o reduzido número de infeções registadas em ambiente escolar e o facto de, nos estabelecimentos de ensino, serem cumpridas as regras de proteção individual, por vezes mais até do que em casa. 


Ainda que a "evidência empírica" mostre que "o encerramento de escolas se associa a uma diminuição dos casos na população e assim facilita o controlo da epidemia", este não é, contudo, indispensável para controlar a epidemia, sendo possível fazê-lo mantendo as escolas abertas, com as devidas precauções", defendem os signatários da carta aberta. 

O pedido é, pois, para que reabram as creches e os estabelecimentos de educação pré-escolar no início de março, bem como o ensino básico, este de forma gradual, a começar pelo 1º e 2º ciclo. 

Em contrapartida são propostas medidas várias, como tornar a máscara cirúrgica obrigatória desde os seis anos; insistir na proibição de reuniões fora da escola; incentivar o uso de meios de transporte alternativos, como bicicletas, para ir à escola e aumentar a oferta de transporte público durante o horário escolar; ou desfasar ainda mais os horários de entradas e saídas para evitar agrupamentos nestes horários.


Pede-se também rastreios periódicos e a inclusão dos professores e auxiliares de ação educativa nos grupos prioritários de vacinação. 


Esta terça-feira, o Público avança já que a solução que está a ser equacionada pelo Governo é, precisamente,  que os alunos do 1.º e 2.º ano possam voltar à escola antes de todos os outros. Ou seja, o desconfinamento começaria por aí, devido aos receios sobre os impactos nas aprendizagens do ensino à distância, mas as aulas no secundário e superior só em Abril só recomeçarem presencialmente em abril.


Ontem, em declarações à imprensa no final da reunião de peritos no Infarmed, Marta Temido voltou a dizer que as escolas deverão ser as primeiras a desconfinar, mas recusou-se a adiantar datas para que tal aconteça. A ministra disse que não era ainda altura para isso, lembrando o elevado número de camas que os hospitais continuam a ter de reservar para doentes Covid, sobretudo nas unidades de cuidados intensivos.

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