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Em três semanas há quase 10 vezes mais concelhos em risco extremo. Veja no mapa como a pandemia explodiu

Se a 27 de dezembro eram 25 os municípios em situação de risco extremo, três semanas mais tarde esse número tinha se multiplicado quase 10 vezes, ascendendo a 215. Veja no mapa o que aconteceu em cada concelho.

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A 27 de dezembro Portugal tinha 25 concelhos em risco extremo (960 ou mais casos por 100 mil habitantes nos 14 dias anteriores) em termos da situação pandémica. Mas a 18 de janeiro, o cenário era bem mais negro: os 215 concelhos no risco máximo eram quase 10 vezes mais do que três semanas antes.

A explosão de casos ocorreu em praticamente todo o território nacional e até as regiões autónomas, onde apenas o município açoriano de Vila Franca do Campo era de risco extremo a 27 de dezembro, registam agora quatro concelhos no patamar mais grave.

A variante inglesa do coronavírus e o aligeirar das restrições na época natalícia, bem como o tempo frio, formaram uma "tempestade perfeita" para o alastramento da pandemia a um ritmo avassalador que colocam Portugal como o país do mundo com mais casos por milhão de habitantes e também com mais mortes por milhão de residentes.

Apenas 19 concelhos não viram incidência aumentar 

A incidência da pandemia, medida pelo número de casos por 100 mil habitantes, aumentou em 289 dos 308 concelhos portugueses, ou seja, em 93,8% dos municípios. 

Em cinco concelhos - quatro nos Açores e um na Madeira - a incidência manteve-se, enquanto em 15 baixou.

As maiores descidas verificaram-se em três municípios alentejanos: Mourão, com menos 2.572 casos por 100 mil habitantes, Mora (-1.329) e Vidigueira (-1.016).

Estes concelhos têm em comum o facto de terem uma população reduzida e de o pico da incidência se ter devido a surtos localizados em lares de idosos. 


Incidência sobe mais de 5 mil casos por 100 mil residentes em três concelhos

Em sentido contrário, os municípios de Cuba (5.876), Aguiar da Beira (5.847) e Figueira de Castelo Rodrigo (5.355) apresentaram um aumento no número de casos por 100 mil habitantes em 14 dias acima dos cinco mil.

Esta subida extrema é influenciada pelo facto de serem concelhos com pouca população - todos abaixo dos 5.600 habitantes.

Na prática, em Cuba o número de infeções detetadas em duas semanas passou das 16, a 27 de dezembro, para 286 a 18 de janeiro. Em Aguiar da Beira o aumento foi de 272 casos (de 19 para 291) e em Figueira de Castelo Rodrigo cifrou-se em 299 (de 10 para 309).


Há 20 municípios com aumento de mais de mil casos em 14 dias

Comparando o número de novos casos detetados em 14 dias a 27 de dezembro e a 18 de janeiro constata-se que em 20 concelhos a subida superou a fasquia do milhar de infeções.

Como seria de esperar, os maiores aumentos no número de novos contágios ocorreram nos municípios mais populosos.

Assim, em Lisboa, o concelho com mais população do país, passou-se de 2.252 novos casos nas duas semanas terminadas a 27 de dezembro para 7.154 no período de 5 a 18 de janeiro. São mais 4.902 contágios em 14 dias face aos valores de três semanas antes.

Apenas Sintra, o segundo município mais populoso, acompanha a capital num aumento de contágios superior a quatro mil (4.149).

Dos 20 concelhos com uma subida acima de um milhar somente Viseu, Mafra e Torres Vedras têm menos de 100 mil habitantes. Este município da região Oeste é o que tem menos residentes, com uma população estimada pelo INE em 78.530 habitantes.

33 concelhos passaram de risco moderado para extremo

Dos 215 municípios em risco extremo a 18 de janeiro, 33 encontravam-se no nível mais baixo de risco epidemiológico a 27 de dezembro.

Deste lote de 33 concelhos que passaram de risco moderado (menos de 240 casos por 100 mil residentes) a extremo em três semanas incluem-se Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Borba, Góis e Ferreira do Zêzere, que estão entre os 10 com maior incidência a 18 de janeiro.

Já dos 25 municípios que estavam no risco máximo a 27 de dezembro apenas Mourão e Vidigueira baixaram de escalão, encontrando-se atualmente em risco muito elevado (com 480 a 960 casos por 100 mil habitantes).

Área Metropolitana de Lisboa passa de zero a todos os concelhos em risco extremo

A 27 de dezembro a Área Metropolitana de Lisboa (AML) não tinha nenhum dos 18 municípios no nível mais grave de risco. Três semanas mais tarde, todos os concelhos da AML estão em risco extremo, isto numa altura em que se estima que a variante inglesa, mais contagiosa, é responsável por pelo menos metade dos novos contágios na região da capital.

Nos dados relativos a 27 de dezembro, aliás, 15 dos concelhos da AML estavam em risco elevado (240 a 480 casos por 100 mil habitantes) e apenas Alcochete, Barreiro e Moita estavam em risco muito elevado.

Seis concelhos da Área Metropolitana do Porto escapam a risco máximo

Na Área Metropolitana do Porto (AMP), apesar de uma deterioração da situação, ainda existem seis dos 17 municípios em risco muito elevado.

Os restantes 11 encontram-se em risco extremo, incluindo Vale de Cambra, que a 27 de dezembro estava no escalão de risco mais baixo.

Aliás, a 27 de dezembro a situação na AMP era pior do que na AML, com um município em risco moderado, sete em risco elevado e nove em risco muito elevado.

Os nove concelhos em risco muito elevado passaram agora para risco extremo, sendo acompanhados de Valongo, que estava em risco elevado a 27 de dezembro, e Vale de Cambra.
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