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Economia mundial vai sofrer recessão mais profunda em oito décadas, estima Banco Mundial
O Banco Mundial (BM) prevê uma recessão mundial de 5,2% em 2020, a mais profunda em oito décadas, "apesar das políticas sem precedentes" de mitigação do impacto da covid-19, segundo as Perspetivas Económicas Mundiais divulgadas hoje.
08 de Junho de 2020 às 16:13
"Esta seria a recessão mundial mais profunda desde a II Guerra Mundial, e quase três vezes tão acentuada como a recessão global de 2009", caso as projeções se confirmem, pode ler-se no documento hoje conhecido, que aponta para uma queda de quase 8% num cenário mais adverso, e superior a 3% num mais otimista.
Para além da recessão de 5,2% prevista para a economia mundial, a instituição presidida por David Malpass prevê quebras de 7,0% no agregado das economias avançadas, entre as quais a zona euro (-9,1%), os Estados Unidos (-6,1%) e o Japão (-6,1%).
Para 2021, o banco projeta uma recuperação de 4,2% na economia mundial, com as economias avançadas a crescerem 3,9%, entre as quais a zona euro (4,5%), os Estados Unidos (4,0%) e o Japão (2,5%).
Os números do Fundo Monetário Internacional, divulgados no início de abril, apontavam para uma quebra menor, de 3% da economia mundial, em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
No relatório hoje conhecido, o Banco Mundial aponta que a pandemia "deve arrastar uma maioria de países para uma recessão este ano, com a produção 'per capita' a contrair na maior proporção de países desde 1870".
"É projetado que as economias avançadas encolham 7% em 2020, dado que as abrangentes medidas de distanciamento social, o encolhimento agudo das condições financeiras e o colapso da procura externa deprimiram a atividade", segundo o Banco Mundial.
A instituição sediada em Washington assinala também que "assumindo que o surto permanece sob controlo e a atividade recupera mais tarde este ano, é projetado que a China abrande para 1% em 2020 - de longe, o crescimento mais baixo que registou em mais de quatro décadas".
O cenário base do Banco Mundial "assume que a pandemia retrocede de tal forma que as medidas de mitigação doméstica podem ser levantadas a meio do ano, que as repercussões adversas globais abrandam na segunda metade do ano, e que as deslocações nos mercados financeiros não são duradouras".
"A recessão mundial seria mais profunda se controlar a pandemia demorar mais tempo do que o esperado, ou se o 'stress' financeiro espoletasse falências 'em cascata'. A pandemia revela a necessidade urgente para ações de política de saúde e económica - incluindo cooperação mundial - para amortecer as suas consequências, proteger as populações vulneráveis e melhorar a capacidade dos países para prevenir e lidar com com eventos semelhantes no futuro", pode ler-se no documento hoje conhecido.
De acordo com o Banco Mundial, o comércio mundial deverá "cair mais em 2020 do que aconteceu na crise financeira mundial, em parte devido às disrupções que a pandemia de covid-19 causou às viagens internacionais e às cadeias de valor globais".
"O investimento, que é mais cíclico e mais sensível ao comércio que outras categorias de gastos, declinou a nível mundial, à medida que as empresas encontram problemas de financiamento e atrasos nas expansões", segundo o BM, que destaca que as exportadoras "tendem a ser particularmente ativas no mercado de crédito", sendo por isso mais afetadas quando aumenta o custo do crédito.
O BM assinala inclusive que "as disrupções nos mercados de crédito tiveram um papel importante na contração do comércio mundial na crise financeira mundial e na fraqueza subsequente da sua retoma", alertando que "este padrão está em risco de ser repetido".
"A quebra de atividade acentuada na primeira metade do ano deverá contribuir para uma contração do comércio global de cerca de 13,4% em 2020", assumindo a instituição financeira que a recuperação deverá começar na segunda metade do ano, à medida que "são levantados controlos, as viagens retornam a níveis mais típicos, e os fabricantes renovam o inventário".
No entanto, a retoma deverá ser "historicamente fraca, refletindo o caráter excecional da atual crise, bem como a duração temporal que levará a recuperação da confiança, para substituir empresas falidas, e para estabelecer ambientes de trabalho e entretenimento 'virus-safe' [sem vírus]".
Como maiores riscos, o Banco Mundial alerta para uma recuperação mais lenta, alastramento da crise económica ao mundo financeiro, disrupções relacionadas com os baixos preços das matérias-primas.
Para além da recessão de 5,2% prevista para a economia mundial, a instituição presidida por David Malpass prevê quebras de 7,0% no agregado das economias avançadas, entre as quais a zona euro (-9,1%), os Estados Unidos (-6,1%) e o Japão (-6,1%).
Os números do Fundo Monetário Internacional, divulgados no início de abril, apontavam para uma quebra menor, de 3% da economia mundial, em 2020, arrastada por uma contração de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona euro e de 5,2% no Japão.
No relatório hoje conhecido, o Banco Mundial aponta que a pandemia "deve arrastar uma maioria de países para uma recessão este ano, com a produção 'per capita' a contrair na maior proporção de países desde 1870".
"É projetado que as economias avançadas encolham 7% em 2020, dado que as abrangentes medidas de distanciamento social, o encolhimento agudo das condições financeiras e o colapso da procura externa deprimiram a atividade", segundo o Banco Mundial.
A instituição sediada em Washington assinala também que "assumindo que o surto permanece sob controlo e a atividade recupera mais tarde este ano, é projetado que a China abrande para 1% em 2020 - de longe, o crescimento mais baixo que registou em mais de quatro décadas".
O cenário base do Banco Mundial "assume que a pandemia retrocede de tal forma que as medidas de mitigação doméstica podem ser levantadas a meio do ano, que as repercussões adversas globais abrandam na segunda metade do ano, e que as deslocações nos mercados financeiros não são duradouras".
"A recessão mundial seria mais profunda se controlar a pandemia demorar mais tempo do que o esperado, ou se o 'stress' financeiro espoletasse falências 'em cascata'. A pandemia revela a necessidade urgente para ações de política de saúde e económica - incluindo cooperação mundial - para amortecer as suas consequências, proteger as populações vulneráveis e melhorar a capacidade dos países para prevenir e lidar com com eventos semelhantes no futuro", pode ler-se no documento hoje conhecido.
De acordo com o Banco Mundial, o comércio mundial deverá "cair mais em 2020 do que aconteceu na crise financeira mundial, em parte devido às disrupções que a pandemia de covid-19 causou às viagens internacionais e às cadeias de valor globais".
"O investimento, que é mais cíclico e mais sensível ao comércio que outras categorias de gastos, declinou a nível mundial, à medida que as empresas encontram problemas de financiamento e atrasos nas expansões", segundo o BM, que destaca que as exportadoras "tendem a ser particularmente ativas no mercado de crédito", sendo por isso mais afetadas quando aumenta o custo do crédito.
O BM assinala inclusive que "as disrupções nos mercados de crédito tiveram um papel importante na contração do comércio mundial na crise financeira mundial e na fraqueza subsequente da sua retoma", alertando que "este padrão está em risco de ser repetido".
"A quebra de atividade acentuada na primeira metade do ano deverá contribuir para uma contração do comércio global de cerca de 13,4% em 2020", assumindo a instituição financeira que a recuperação deverá começar na segunda metade do ano, à medida que "são levantados controlos, as viagens retornam a níveis mais típicos, e os fabricantes renovam o inventário".
No entanto, a retoma deverá ser "historicamente fraca, refletindo o caráter excecional da atual crise, bem como a duração temporal que levará a recuperação da confiança, para substituir empresas falidas, e para estabelecer ambientes de trabalho e entretenimento 'virus-safe' [sem vírus]".
Como maiores riscos, o Banco Mundial alerta para uma recuperação mais lenta, alastramento da crise económica ao mundo financeiro, disrupções relacionadas com os baixos preços das matérias-primas.