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Covid-19: Londres aperta restrições no nordeste de Inglaterra para "proteger o Natal"

O Governo britânico anunciou esta quinta-feira novas restrições no nordeste da Inglaterra para conter uma reincidência de infeções por covid-19, tendo o primeiro-ministro, Boris Johnson, argumentando que é necessário "ser duro agora" para proteger a época natalícia.

EPA
17 de Setembro de 2020 às 15:07
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A partir de sexta-feira, em cidades como Sunderland ou Newcastle, será proibido o convívio entre pessoas de diferentes agregados, bares e restaurantes terão apenas serviço à mesa e devem encerrar entre as 22:00 e as 5:00, disse o ministro da Saúde, Matt Hancock, numa declaração na Câmara dos Comuns.

As medidas anunciadas afetam perto de dois milhões de pessoas residentes no nordeste da Inglaterra, onde o número de casos subiu para mais de 70 casos por 100 mil habitantes, e em Sunderland chegou aos 103 casos por 100 mil habitantes.

O nível de 20 casos por 100 mil habitantes tem sido usado pelo Governo britânico para determinar os países considerados não seguros. Os passageiros provenientes de países com uma taxa superior a essa são obrigados a cumprir quarentena na chegada ao Reino Unido. 

As novas infeções estão a aumentar no Reino Unido, o país com mais mortes na Europa, 41.684 até quarta-feira. 

O número de casos diários ultrapassou a marca de 3.000 por vários dias e chegou perto de 4.000 na quarta-feira, mais de metade do valor registado durante o pico da pandemia no Reino Unido, em abril, embora este seja também o resultado de estarem a ser feitos mais testes. 

"O número de pacientes em ventiladores ultrapassou os 100 pela primeira vez desde julho", vincou Matt Hancock.

Para o chefe do Governo, Boris Johnson, "a única maneira de garantir que o país possa aproveitar o Natal é ser duro agora", justificou numa entrevista ao tabloide The Sun.

Johnson disse que é preciso "controlá-la agora, parar o surto, parar a segunda bossa do camelo, achatar a segunda bossa". 

"Dromedário ou camelo? Não me lembro se é um dromedário ou um camelo que tem duas bossas. Hmm. Verifique," acrescentou.

Em março, o chefe do Executivo britânico tinha usado outra metáfora, durante a primeira vaga da pandemia covid-19, quando se comprometeu a "achatar o 'sombrero'", comparando o formato da curva epidémica ao chapéu tradicional mexicano.

O Governo britânico já tinha apertado as restrições esta semana, limitando os ajuntamentos em espaços interiores ou exteriores a seis pessoas, com exceção de escolas, locais de trabalho e prática de desportos. 

Na entrevista, pareceu contradizer alguns dos membros do seu governo, questionando a necessidade de fazer queixa à polícia dos vizinhos se estes não respeitarem as regras, a não ser que "esteja a decorrer uma festa tipo 'Animal House' [filme sobre um grupo de estudantes universitários], com banheiras de hidromassagem e assim".  

Boris Johnson reiterou querer evitar um segundo confinamento a nível nacional devido ao impacto devastador para a economia e também prometeu aumentar a capacidade de testagem e de atendimento dos serviços de saúde. 

Matt Hancock disse no parlamento terem sido desbloqueados mais 2,7 mil milhões de libras (três mil milhões de euros) para o sistema de saúde público, para equipamento de proteção, testes e outras necessidades durante o inverno, quando a pandemia covid-19 vai coincidir com outras doenças como a gripe. 




 
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